Olhar para as implicações
Manuela Silva, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), defende que é indispensável olhar para as implicações práticas da leitura da primeira encíclica de Bento XVI, que se mostra ?muito exigente?.?Na linha da tradição das primeiras comunidades, o Papa afirma que não é tolerável que continue a haver, nas nossas comunidades, pessoas a quem falta o indispensável para uma vida digna?, afirma à Agência Ecclesia. Se esta afirmação fosse levada às últimas consequências, precisa, ?isso implicaria um novo dinamismo nas comunidades cristãs, quer na sua organização, quer na busca de soluções mais justas para a sociedade humana?.Para esta responsável, é ?extremamente positivo e encorajador? que o Papa tenha escolhido um tema tão central como a ?revelação de Deus que é amor? para a sua primeira encíclica.?Este documento vem abrir caminho a uma reflexão, por parte das comunidades cristãs?, assinala. Após uma reflexão ?do tipo filosófico e antropológico? a respeito do amor, Bento XVI apresenta um convite a todas as comunidades cristãs a ?serem mais sensíveis às necessidades da justiça e da paz?.Por explorar, segundo Manuela Silva, ficaram os desafios levantados pelo processo de globalização que a sociedade moderna vive. ?O Papa optou por concentrar-se naquilo que chama de respostas de caridade das comunidades cristãs e, nesse sentido, ficou aquém de outras posições já assumidas pelos seus predecessores, que indicavam um conceito alargado de caridade, estendido até à transformação das estruturas económicas e sociais?, conclui.
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