José Mattoso é o coordenador geral dos vários volumes da “História da vida privada portuguesa” que o Círculo de Leitores está a publicar. Numa breve entrevista dada ao JN de hoje, nota-se uma especial curiosidade da jornalista pela época medieval, nomeadamente nesta passagem:
JN - O que pretendeu sublinhar na organização do volume sobre a Idade Média?
JM - É difícil dizer em poucas palavras. A primeira coisa que me lembro é que a Idade Média não é tão cristã como geralmente se pensa, nem, por outro lado, tão rude e primitiva como outros dizem. Um dos aspectos mais característicos desta época é o que se pode chamar a «dialogia», isto é, uma norma muito exigente ou até radical - a dos sermões - e uma prática muito maleável, baseada nas circunstâncias e nos casos pessoais. Quanto à rudeza dos costumes, creio que se deve pôr de lado o conceito de «idade das trevas» que muitas vezes se aplica à Idade Média. Diferente é o problema das concepções mágicas, que é um problema muito complexo, mas em que houve, sem dúvida alguma, um progresso muito lento devido à racionalização da teologia e ao desenvolvimento das universidades. De qualquer maneira um tipo de magia que não tem nada que ver com “Harry Potter” ou “O Senhor dos Anéis”.
Ler a entrevista: "A Idade Média não é tão cristã como se pensa" - JN
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