A cúpula da Igreja Católica fica hoje recomposta,
com a nomeação de 14 novos cardeais, entre os quais o bispo de Leiria-Fátima, António Marto
(na foto, a cúpula da Basílica de São Pedro, terça à noite)
Regresso por uns dias às páginas do Público. A propósito
do consistório que esta tarde decorre em Roma, com a nomeação de 14 novos
cardeais – entre os quais o português António Marto, bispo de Leiria-Fátima –,
procuro analisar o que as escolhas significam, tendo em conta a personalidade
do Papa.
As estatísticas
podem ser importantes na hora de olhar para a recomposição do colégio de
cardeais feita pelo Papa. Uma análise aos números e a alguns nomes que traduzem
as opções de Francisco.
Neste caso, alguns números
traduzem factos importantes: a partir desta quinta-feira, passará a haver 72
cardeais do resto do mundo, na composição do colégio que, num eventual
conclave, decidirá a eleição de um futuro Papa. O grupo de cardeais da Igreja
Católica está cada vez mais universal e a Europa já “só” tem 53 (dos quais 22
italianos, o país com maior peso).
Os cardeais
eleitores de um novo Papa passarão a ser 125 (pelo menos até Janeiro do próximo
ano, se ninguém morrer até lá, pois nessa altura um deles completa os 80 anos,
deixando de ser eleitor num conclave). A constituição que regula a matéria
estabelece um máximo de 120, mas desde João Paulo II que esse tecto é sempre
ultrapassado, na hora de nomear novos cardeais.
(o texto pode ser lido aqui na íntegra)
Em relação à
nomeação de António Marto como cardeal e do padre José Tolentino Mendonça como
novo responsável da Biblioteca e Arquivo do Vaticano, escrevi um comentário
onde pretendo reflectir a dimensão estritamente pessoal do Papa que ambas as
nomeações traduzem:
Duas escolhas pessoais. “Apenas” isso
De repente, o Papa
Francisco e o Vaticano dão importância ao catolicismo português? Depois da
nomeação do bispo de
Leiria-Fátima para cardeal – a formalizar no consistório desta
quinta-feira à tarde –, e da escolha do padre José Tolentino Mendonça para
dirigir a Biblioteca e o Arquivo do Vaticano, parece que Portugal está na moda
também na Santa Sé.
Desengane-se quem
olhe para estas escolhas com uma perspectiva mais ou menos nacional-católica:
em ambos os casos, elas são “apenas” escolhas pessoais do Papa. A coincidência
temporal é só isso.
(texto aqui na íntegra)
E poucos minutos
antes de se iniciar o consistório, registo as declarações do novo cardeal aos jornalistas, aqui, falando sobre a “tragédia humanitária” que se pode abater sobre os refugiados. Declarações que vêm aliás, na
continuidade da entrevista que concedeu ao Público.