"Tenho para mim que as violações, abusos e os crimes mais hediondos podem acontecer em qualquer meio seja ele laico ou religioso e não vejo portanto que o clero católico ou doutra fé goze duma qualquer superioridade que o torne imune a estes actos. Do que já faço alguma ideia é de que a reacção perante a pedofilia e os abusos sexuais varia em função do perfil de quem a ela é ou foi associado como responsável: se for cineasta terá abaixos-assinados de apoio; se for político os seus pares podem levar a protecção institucional até à alteração de leis de modo a que os casos sejam arquivados; se for um cidadão comum será provavelmente recebido por multidões em fúria à porta do tribunal e caso seja agredido na cadeia toda a gente achará que isso faz parte do código de honra dos presos (donde se presume que quem administra as cadeias não tem um código de honra que lhe imponha impedir que os detidos se agridam uns aos outros). Se for padre é imediatamente dado como culpado. Não menos importante, segundo este raciocínio, o actual Papa foi e é responsável por esses crimes."
quinta-feira, 1 de abril de 2010
"Pedofilia e anticlericalismo"
Do texto de Helena Matos, no Publico de hoje, intitulado Pedofilia e anticlericalismo destaco:
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