É corrente a ideia de que a Internet (e a Web) configuram um novo meio de comunicação. Uma análise mais atenta coloca em questão tal ideia. Basta que cada um se pergunte o que faz ou pode fazer com ela e nela.
Na igreja tem sido isso que tem sido defendido e propagado, o que conduz inevitavelmente à assimilação deste fenómeno informativo e comunicativo aos media já nossos conhecidos, o que não deixa de ser uma simplificação redutora.
Esta nota vem a propósito da intervenção há dias feita por António Spadaro, editor da revista La Civiltà Cattolica perante os bispos do Brasil (a conferência intitulou-se “Espiritualidade e elementos para uma teologia da comunicação em rede”) e pode ser lida - em italiano, AQUI).
“Internet não é meio de evangelização, é um ambiente de vida”, começou por notar o conferencista que também é sacerdote. “A internet é um novo contexto existencial, não um lugar específico no qual se entra em algum momento para viver on line e do qual se sai para entrar novamente na vida off line”, afirmou.
Para Antonio Spadaro, a internet é uma revolução “com raiz no passado” por replicar “antigas formas de transmissão do saber e do viver comum”. Ele defendeu a ideia da internet como ambiente e não simplesmente instrumento de comunicação.
que se pode usar ou não, mas um ambiente cultural, que determina um estilo de pensar, contribuindo para definir um modo peculiar de estimular a inteligência e de estreitar as relações, e mesmo um modo de estar no mundo e de organizá-lo”, destacou.
Segundo o padre Spadaro, neste sentido se pode dizer que a internet não é um “novo meio de evangelização”, mas, antes de tudo, “um contexto no qual a fé é chamada a exprimir-se não por uma mera vontade de presença, mas por uma conaturalidade do cristianismo com a vida dos homens”.
O desafio para a Igreja, de acordo com Spadaro, não é o modo de usar bem a rede, “como se acreditava”, mas “como viver bem o tempo da rede”. “A Rede coloca desafios muito significativos para a compreensão da fé cristã. A cultura digital tem uma reivindicação a fazer ao homem mais aberto ao conhecimento e aos relacionamentos”, considerou.
Fonte: site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
terça-feira, 26 de julho de 2011
sábado, 23 de julho de 2011
Os dias do luto - reportagem na TSF
Serena ou repentina, a morte chega implacável para todos. “Todos nós sabemos que a morte é um horizonte natural da vida.” Mas como viver com os dias da saudade? Lutos inesperados, lutos sem nomes, lutos proibidos, lutos entre o mistério e o absurdo. É importante “que o pensamento da morte volte, porque nos cemitérios o que lá está é esta pergunta: ‘O que é o homem?’”
O tema é o objecto do programa “Os dias do luto”, da autoria de Manuel Vilas Boas e sonoplastia de Mezicles Helim. Passa na TSF este fim-de-semana: sábado às 11 da manhã, Domingo às 0h e às 12h (e não às sete da tarde como se ouve neste som de apresentação do programa) e poderá depois ser escutada em www.tsf.pt.
O tema é o objecto do programa “Os dias do luto”, da autoria de Manuel Vilas Boas e sonoplastia de Mezicles Helim. Passa na TSF este fim-de-semana: sábado às 11 da manhã, Domingo às 0h e às 12h (e não às sete da tarde como se ouve neste som de apresentação do programa) e poderá depois ser escutada em www.tsf.pt.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
"Árvore da vida" ou uma capela
Hoje recomendamos a leitura das imagens ilustradas por um texto (o contrário também vale) que apresentam a nova capela do Seminário Conciliar de Braga, intitulada Árvore da Vida e que estão disponíveis no site do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura da Igreja Católica. O texto é de Joaquim Félix de Carvalho e as imagens de Asbjörn Andresen e Sérgio Conde, e foram apresentados recentemente num colóquio em Fátima.
Em certa medida, pode dizer-se que a obra é o produto do lento amadurecer da sensibilidade e criatividade de um grupo, de uma comunidade, sem retirar, com isso, os méritos aos artistas que deram forma ao sonho. Ora vejam:
Em certa medida, pode dizer-se que a obra é o produto do lento amadurecer da sensibilidade e criatividade de um grupo, de uma comunidade, sem retirar, com isso, os méritos aos artistas que deram forma ao sonho. Ora vejam:
quarta-feira, 20 de julho de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
Bento Domingues: A culpa será de Deus?
Texto de Bento Domingues no "Público" deste domingo, 10 de Julho de 2011.
* "Sacerdócio feminino: entrevista de D. Policarpo suscita sururu internacional, aqui.
* Notícia "Patriarca contraria o Papa sobre as mulheres", aqui.
* Entrevista na revista da Ordem dos Advogados, aqui.
* Esclarecimento posterior de D. José Policarpo, aqui.
* Notícia do "Público" sobre o esclarecimento, aqui.
Anselmo Borges: Os Dez Mandamentos
"Pessoalmente, mais do que a imoralidade preocupa-me a amoralidade. Porque, quando tudo vale, nada vale, pois tudo é igual. Uma sociedade sem convicções e valores comuns partilhados não tem futuro, porque lhe falta horizonte e sentido. Por isso, fonte maior de mal-estar hoje está na falta de critérios de valor e de orientação".
Excerto da crónica de Anselmo Borges no DN de 9 de Julho de 2011. Ler tudo aqui.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Eppur si muove
O patriarca de Lisboa corrigiu o que tinha dito.
Sabemos aquilo que pensa sobre a ordenação de mulheres, uma vez que o exprimiu em diferentes momentos, distanciados no tempo. Não se tratou, pois, de uma 'escorregadela', no contexto de uma entrevista, aquilo que disse, em Maio último, à revista da Ordem dos Advogados.
Este esclarecimento é, de facto, uma mudança de posição. D. José Policarpo afirmou não ver fundamento de ordem teológica para a posição do magistério da Igreja. João Paulo II, contudo, tinha frisado que o assunto não é meramente do foro disciplinar, antes "pertence à própria constituição divina da Igreja" e Bento XVI aludiu, já este ano, a este ensino colocando-o sob a alçada da 'infalibilidade' (o que não deixou de suscitar perplexidade em vários comentadores e teólogos).
D. José manifestava uma atitude de pragmatismo sobre a matéria: sendo uma construção histórica, em algum momento, poderia ser reapreciada. A mudança nesta matéria ocorrerá “se Deus quiser que aconteça e se estiver nos planos Dele acontecerá”, observava, na referida entrevista. Mas a posição de fundo não era, de todo, de questionamento, mas de seguimento, ainda que um seguimento interrogante.
Reacções negativas e mesmo indignação de fiéis quanto ao teor de declarações suas certamente não as teve só agora e, no entanto, isso não justifcaria que viesse, de cada vez, fazer esclarecimentos. O problema, neste caso, está, acima de tudo, em se apresentar este caso num 'framing' segundo o qual um cardeal estaria a questionar a posição e a autoridade do próprio Papa. O que me parece de uma grande injustiça para D. José.
O problema, no meu modo de analisar a situação, está em que hoje, está mais difícil do que nunca a liberdade de pensar no interior da Igreja, nomeadamente por parte de padres, religiosos e bispos. E os polícias da ortodoxia não perdoam. Não hesitam em pressionar, denunciar e, se preciso for, cilindrar, calar e derrubar quem exprima ideias próprias, em matérias que não são sequer do núcleo duro da fé. Esses polícias da ortodoxia não querem saber da valorização conciliar da opinião pública esclarecida no seio da Igreja; olham a sociedade como uma ameaça; preferem um ateu ou agnóstico a um cristão fiel mas crítico; olham mais à moral sexual do que à justiça e à fraternidade; preferem a fidelidade canina à fé esclarecida. Em suma, esses polícias da ortodoxia mostram ser mais papistas do que o Papa, e até ficam perturbados quando ouvem certas coisas de um Papa como o actual. Esses polícias e essa mentalidade de polícia ganhou peso na estrutura da Igreja e era muito importante reflectir e debater sobre as causas e consequências dessa tomada de poder que tão deletéria é para a Igreja e para o seu papel de acolhimento, inquietação e esperança na sociedade.
D. José bem pode, pois, apelar aos católicos a que acatem a disciplina sobre o papel da mulher na Igreja, no relativo ao sacerdócio; a verdade é que "o Espírito sopra onde quer" e a História não pode ser travada. Aquilo que a estrutura de poder (masculino) fixou e não quer que seja nem questionado nem questionável assim se manteria eternamente se os hierarcas tivessem algum poder monopolista sobre o Espírito Santo. Haja, pois, esperança. Há mais vida (cristã) para além da hierarquia.
Sabemos aquilo que pensa sobre a ordenação de mulheres, uma vez que o exprimiu em diferentes momentos, distanciados no tempo. Não se tratou, pois, de uma 'escorregadela', no contexto de uma entrevista, aquilo que disse, em Maio último, à revista da Ordem dos Advogados.
Este esclarecimento é, de facto, uma mudança de posição. D. José Policarpo afirmou não ver fundamento de ordem teológica para a posição do magistério da Igreja. João Paulo II, contudo, tinha frisado que o assunto não é meramente do foro disciplinar, antes "pertence à própria constituição divina da Igreja" e Bento XVI aludiu, já este ano, a este ensino colocando-o sob a alçada da 'infalibilidade' (o que não deixou de suscitar perplexidade em vários comentadores e teólogos).
D. José manifestava uma atitude de pragmatismo sobre a matéria: sendo uma construção histórica, em algum momento, poderia ser reapreciada. A mudança nesta matéria ocorrerá “se Deus quiser que aconteça e se estiver nos planos Dele acontecerá”, observava, na referida entrevista. Mas a posição de fundo não era, de todo, de questionamento, mas de seguimento, ainda que um seguimento interrogante.
Reacções negativas e mesmo indignação de fiéis quanto ao teor de declarações suas certamente não as teve só agora e, no entanto, isso não justifcaria que viesse, de cada vez, fazer esclarecimentos. O problema, neste caso, está, acima de tudo, em se apresentar este caso num 'framing' segundo o qual um cardeal estaria a questionar a posição e a autoridade do próprio Papa. O que me parece de uma grande injustiça para D. José.
O problema, no meu modo de analisar a situação, está em que hoje, está mais difícil do que nunca a liberdade de pensar no interior da Igreja, nomeadamente por parte de padres, religiosos e bispos. E os polícias da ortodoxia não perdoam. Não hesitam em pressionar, denunciar e, se preciso for, cilindrar, calar e derrubar quem exprima ideias próprias, em matérias que não são sequer do núcleo duro da fé. Esses polícias da ortodoxia não querem saber da valorização conciliar da opinião pública esclarecida no seio da Igreja; olham a sociedade como uma ameaça; preferem um ateu ou agnóstico a um cristão fiel mas crítico; olham mais à moral sexual do que à justiça e à fraternidade; preferem a fidelidade canina à fé esclarecida. Em suma, esses polícias da ortodoxia mostram ser mais papistas do que o Papa, e até ficam perturbados quando ouvem certas coisas de um Papa como o actual. Esses polícias e essa mentalidade de polícia ganhou peso na estrutura da Igreja e era muito importante reflectir e debater sobre as causas e consequências dessa tomada de poder que tão deletéria é para a Igreja e para o seu papel de acolhimento, inquietação e esperança na sociedade.
D. José bem pode, pois, apelar aos católicos a que acatem a disciplina sobre o papel da mulher na Igreja, no relativo ao sacerdócio; a verdade é que "o Espírito sopra onde quer" e a História não pode ser travada. Aquilo que a estrutura de poder (masculino) fixou e não quer que seja nem questionado nem questionável assim se manteria eternamente se os hierarcas tivessem algum poder monopolista sobre o Espírito Santo. Haja, pois, esperança. Há mais vida (cristã) para além da hierarquia.
quinta-feira, 7 de julho de 2011
"Nada me faltará"
Maria José Nogueira Pinto, 1952-2011
Nada me Faltará
"(...)Nas fraquezas e limites da condição humana, tentei travar esse bom combate de que fala o apóstolo Paulo. E guardei a Fé.
Tem sido bom viver estes tempos felizes e difíceis, porque uma vida boa não é uma boa vida. (...)
Seja qual for o desfecho, como o Senhor é meu pastor, nada me faltará".
in DN, 7-7-2011
[Crédito da foto: Pedro Cunha / Público]
Nada me Faltará
"(...)Nas fraquezas e limites da condição humana, tentei travar esse bom combate de que fala o apóstolo Paulo. E guardei a Fé.
Tem sido bom viver estes tempos felizes e difíceis, porque uma vida boa não é uma boa vida. (...)
Seja qual for o desfecho, como o Senhor é meu pastor, nada me faltará".
in DN, 7-7-2011
[Crédito da foto: Pedro Cunha / Público]
D. Policarpo vê-se obrigado a rever posição
O cardeal patriarca de Lisboa difundiu ontem um esclarecimento sobre o teor das suas declarações à Revista “Ordem dos Advogados”, acerca da ordenação de mulheres. Começa por notar que a expressão do seu pensamento provocou "reacções várias e mesmo indignação", atribuídas ao facto de não ter olhado para o tema "com mais cuidado", "sobretudo por não ter tido na devida conta as últimas declarações do Magistério sobre o tema".
D. José Policarpo apresenta diversos factores que fizeram vir ao de cima, nas últimas décadas, a questão da ordenação de mulheres para o ministério do sacerdócio, "sobretudo nos países ocidentais" e cita a posição intransigente do Papa João Paulo II, em que declara que "a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.
"Somos, assim, convidados a acatar o Magistério do Santo Padre, na humildade da nossa fé", salienta o Patriarca. E conclui deste modo: "Seria para mim doloroso que as minhas palavras pudessem gerar confusão na nossa adesão à Igreja e à palavra do Santo Padre".
D. José Policarpo apresenta diversos factores que fizeram vir ao de cima, nas últimas décadas, a questão da ordenação de mulheres para o ministério do sacerdócio, "sobretudo nos países ocidentais" e cita a posição intransigente do Papa João Paulo II, em que declara que "a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.
"Somos, assim, convidados a acatar o Magistério do Santo Padre, na humildade da nossa fé", salienta o Patriarca. E conclui deste modo: "Seria para mim doloroso que as minhas palavras pudessem gerar confusão na nossa adesão à Igreja e à palavra do Santo Padre".
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Mês de S. Bento no Mosteiro de Tibães
O Mosteiro de S. Martinho de Tibães, nos arredores de Braga, realiza este mês a iniciativa "Mês de S. Bento", tomando como pretexto o facto de se celebrar no dia 11 (segunda-feira) a festa litúrgica daquela figura da história monástica e padroeiro da Europa.
Oito actividades culturais e religiosas constituem o programa, que se prolonga por todo este mês e que resulta de uma parceria com a paróquia de Mire de Tibães e a Direção Regional de Cultura do Norte. Os eventos têm entrada livre e gratuita, excepto o jantar para o qual é necessária inscrição.
Programa
Dia 2
17h30: Concerto: Percursos da Polifonia Sacra (Curso de Licenciatura em Música da Universidade do Minho)
Dia 8
21h30: Cinema: “O Grande Silêncio” (ao ar livre, na plataforma do Claustro do Refeitório)
Dia 9
18h30: Concerto: Percursos dos tempos litúrgicos (Coro Gregoriano do Porto)
Dia 10
18h30: Vésperas I da solenidade de São Bento (presididas pelo arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga)
20h00: Jantar de São Bento (preço de 25 Euros, por inscrição) (Restaurante “L’Éau Vive” de Tibães (ementa monástica, encontrada nos arquivos do Mosteiro de Tibães))
Dia 16
18h30: Concerto: Cappella Bracarensis
Dia 23
21h30: Cinema: “Dos homens e dos deuses” (ao ar livre, na plataforma do Claustro do Refeitório)
Dia 24
18h00: Concerto: Capella Musical Cupertino de Miranda (no âmbito do Festival Internacional de Polifonia Portuguesa)
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