O Papa Francisco diz que Lutero
“foi um reformador” que, “num momento difícil”, pôs “a Palavra de Deus na mãos
dos homens”. Nas vésperas da sua viagem à Suécia, onde estará em celebrações
ecuménicas para abrir as comemorações dos 500 anos do início da Reforma
luterana, o Papa concedeu uma entrevista à revista dos jesuítas La Civiltà Cattolica, onde fala de
Lutero e da Reforma protestante de 1517, do proselitismo e da perseguição que
hoje sofrem os cristãos em tantos países.
Uma síntese da entrevista, em
castelhano, pode ser lida aqui e aqui, em italiano, o texto
integral.
Na entrevista, o Papa diz que
Lutero quis remediar uma situação complexa. “Depois, em parte por situações
políticas e também religiosas, essa reforma converteu-se em separação e não num
processo de reforma de toda a Igreja, porque a Igreja es sempre reformanda [está sempre em renovação].
A sua primeira esperança com esta
viagem é “aproximar-se”, diz o Papa: “A minha esperança e a minha expectativa
são as de me aproximar mais dos meus irmãos e das minhas irmãs. A aproximação
faz bem a todos. A distância, pelo contrário, faz-nos mal. Quando nos
afastamos, fechamo-nos em nós mesmos e ficamos incapazes de nos encontrarmos. Devemos
assumir os nossos medos. Temos de aprender a transcendermo-nos para encontrar
os outros. Se não o fizermos, nós, cristãos, ficamos doentes de divisão.”
O programa da viagem – que se
inicia às 10h (hora de Lisboa) desta segunda-feira, dia 31 e que o secretário
de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, já considerou um “momento histórico” no caminho da “reconciliação” e busca da unidade – pode ser conhecido aqui. Neste mesmo endereço, serão
transmitidas também imagens em directo dos actos públicos da presença do Papa
na Suécia.