No próximo dia 25, O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura vai debater em Fátima o tema da Igualdade. Sobre este assunto, escreve hoje no jornal diário Página 1, o secretário dessa iniciativa:
"(...) É um motivo culturalmente incómodo, mas não é de agora. Podemos mesmo dizer que no processo de autoconsciência do movimento cristão das origens, a questão da Igualdade emergiu, aos olhos dos contemporâneos, como uma reivindicação algo bizarra da mensagem cristã. Quando, por exemplo, Paulo de Tarso sintetiza num enunciado igualitário as implicações da experiência cristã, “não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus” (Gal 3,28), isso imediatamente colocou o cristianismo numa trajectória cultural de contra-corrente. Mas é sempre essa a relação que o cristianismo é chamado a manter com o horizonte cultural de todos os tempos: dialogar sem deixar de interrogar, absorver sem baixar o sentido crítico e renovador, ser consonante sem perder a ousadia de declarar-se em alternativa, não apenas no discurso sobre Deus, mas também na visão da Pessoa Humana. Há aqui tanto caminho a fazer! (...) "
José Tolentino de Mendonça, Página 1, 17.6.2010
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