domingo, 26 de outubro de 2014

Sínodo sobre a família: os desejos de Bento XVI, os balanços da assembleia e o caminho do futuro

Os documentos, os balanços e as crónicas


(foto reproduzida daqui)

O Papa emérito tomou posição acerca das conclusões do Sínodo dos Bispos sobre a Família? Se relermos, por exemplo, o seu discurso ao clero da diocese de Aosta, a 25 de Julho de 2005 (ano da sua eleição), até parece que sim. Na altura, disse Bento XVI, num parágrafo que vale a pena reter integralmente:
Ninguém de nós dispõe de uma receita já feita, também porque as situações são sempre diversificadas. Diria que é particularmente dolorosa a situação de quantos tinham casado na Igreja, mas não eram verdadeiramente crentes e só o fizeram por tradição, e depois, contraindo um novo matrimónio não válido, converteram-se, encontraram a fé e agora sentem-se excluídos do Sacramento. Este é realmente um grande sofrimento e quando fui Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé convidei várias Conferências Episcopais e especialistas a estudarem este problema: um sacramento celebrado sem fé. Se realmente é possível encontrar nisto uma instância de invalidade, porque ao sacramento faltava uma dimensão fundamental, não ouso dizer. Eu pessoalmente pensava assim, mas dos debates que tivemos compreendi que o problema é muito difícil e ainda deve ser aprofundado. Mas considerando a situação de sofrimento destas pessoas, deve ser aprofundado.” (O texto completo do discurso pode ser lido aqui)
Essa vontade de Ratzinger em aprofundar esta questão, para resolver situações de sofrimento das pessoas, tinha sido notícia, aliás, na altura da sua eleição. Seria mesmo um dos assuntos pendentes na sua secretária de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que desempenhara até ser eleito Papa.
Não vale a pena, portanto, olhar para o que se passou na assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, que terminou domingo passado, como um corpo extemporâneo, estranho ao debate eclesial. O que ali se passou resulta de várias questões que há muito vêm sendo colocadas na mesa por muitas vozes, agora confirmadas por uma assembleia cuja função essencial é a de aconselhar o Papa.

Uma assembleia extraordinária

O que se passou nesta assembleia sinodal já foi um grande passo. Desde logo, no sentido originário da palavra Sínodo (caminhar juntos) e daquilo que se pretendeu quando Paulo VI – beatificado durante a missa de encerramento – instituiu o Sínodo dos Bispos. Como disse o Papa na sua homilia:
 “Neste dia da beatificação do Papa Paulo VI , voltam-me à mente estas palavras com que ele instituiu o Sínodo dos Bispos: ‘Ao perscrutar atentamente os sinais dos tempos, procuramos adaptar os métodos (...) às múltiplas necessidades dos nossos dias e às novas características da sociedade’.”
Num texto no Público, Paulo Terroso, padre de Braga a estudar Comunicação Institucional em Roma, escrevia que esta assembleia do Sínodo foi verdadeiramente extraordinária: “Nisto, estou certo, até os padres sinodais estarão de acordo. Mas o que é que faz deste sínodo um momento extraordinário na vida da Igreja? A possibilidade de todos os participantes falarem claro, sem hesitações e sem medos, ‘a ousadia da franqueza’ tal como o Papa Francisco pediu na abertura dos trabalhos. (o texto pode ser lido aqui)

Faltava à Igreja, de facto, uma linguagem nova, como referia o arcebispo de Chieti-Vasto, Bruno Forte, secretário especial do Sínodo, em entrevista ao jornal católico italiano Avvenire, ainda antes da assembleia. E o apelo do Papa à franqueza e à escuta pode ter provocado já uma primeira mudança desta linguagem, como aqui se analisou.
O facto de, em relação aos temas mais polémicos, se ter obtido uma maioria simples (e não os dois terços que se exigiam para a aprovação formal do texto), é um bom ponto de partida para o debate que agora terá de continuar.
Mesmo considerando que o parágrafo sobre os homossexuais apenas fala do acolhimento com “respeito e delicadeza” – o mínimo que se pediria a qualquer cristão – ou que a questão dos divorciados recasados foi remetida para um aprofundamento posterior, a reacção de algumas pessoas que vivem directamente essas situações são positivas, como deu conta um balanço publicado no i:
“Aceitou-se o debate e percebeu-se que a Igreja não é unânime.” No mesmo jornal, fazia-se um outro balanço perguntando: “Francisco saiu derrotado e ala conservadora venceu? Há quem garanta que não: o eco mediático das propostas de Kasper e o debate lançado em todo o mundo sobre qual deve ser a posição da Igreja podem significar a vitória do Papa. A discussão ainda está longe do fim.
Na sua crónica de sexta-feira, no CM, Fernando Calado Rodrigues verifica igualmente: “O que se desenhava como a primeira derrota do Papa, acabou por se converter numa manifestação da sua firmeza na liderança da Igreja.” (texto disponível aqui)
Com o que se passou no Sínodo, o Papa Francisco abriu portas que dificilmente voltarão a fechar, considerava Teresa Toldy, teóloga e professora de Filosofia, em declarações ao Público – dando como exemplo  a importante afirmação do cardeal Cristoph Schonborn, arcebispo de Viena, quando lembrou ser filho de divorciados.
Menos positivo foi o que se passou em relação à doutrina da Humanae Vitae, nomeadamente no que diz respeito à contracepção e planeamento familiar, um dos objectos centrais desse documento de 1968, sobre a regulação dos nascimentos. Apesar de a maior parte das respostas ao inquérito preparatório apontar para uma vasta reformulação doutrinal neste campo, o relatório final do Sínodo (o texto integral está disponível, para já, apenas em italiano) manteve a adesão à encíclica que provocou o “cisma silencioso” de tantos em relação à Igreja.
Disso mesmo dá conta frei Bento Domingues na sua crónica deste domingo, no Público, ao recordar que o Papa “surgiu com um programa de reforma do papado e da cúria romana para lançar a Igreja como uma realidade evangelizadora, em todas as suas instâncias, vendo o mundo e actuando a partir das periferias”. E acrescenta: “Seria um desastre se as conferências episcopais, as dioceses, as paróquias, os movimentos, as congregações religiosas se comportassem como meros observadores das iniciativas, das tomadas de posição, das intervenções do Papa. É a forma mais requintada de o atraiçoar. Mas, enquanto uns ficam parados, outros atiram-lhe pedregulhos para o caminho. Não podemos deixar este Papa sozinho e comportarmo-nos apenas como espectadores benévolos e simpatizantes das suas atitudes.” (texto completo aqui)

Um caminho que já se está a percorrer



(foto reproduzida daqui)

O que se passou significa, portanto, que há um caminho para continuar a percorrer – porque ele já começou a ser percorrido, como diz tão claramente o padre José Manuel Pereira de Almeida nesta entrevista a Maria Flor Pedroso, na Antena 1, que vale bem a pena ouvir na íntegra(O mesmo Pereira de Almeida tinha sido entrevistado no DN, no início do Sínodo, alertando para a necessidade de ouvir as novas realidades familiares.)
Esse foi o tom de muitos comentários e não apenas oficiais. Mas comecemos por estes: o padre Federico Lombardi, director da Sala de Imprensa do Vaticano, defendeu a necessidade de entender o que se passou nas duas semanas de debates como o início de um processo para encontrar respostas para questões vitais.
Ao regressar de Roma, o patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, afirmou também que o Papa Francisco “sabe que um assunto desta complexidade não é coisa que se resolva facilmente, apenas repetindo o que está dito, mas é preciso incidir sobre a realidade nova que se apresenta – ao menos como proposta”.
O papel do Papa será decisivo, sem sombra de dúvida. Já é claro para toda a gente que há pessoas e grupos que assumem sem rodeios a oposição ao Papa Francisco – e isso mereceria outro debate, sobre o modo como até aqui a figura do Papa deveria ser inquestionável mas, com Francisco no cargo, passou a ser alguém de quem se pode discordar ou que se pode criticar (e ainda bem que assim é).
No último número da revista La Vie, Jean-Pierre Denis situa algumas das pressões a que o Papa será sujeito durante os próximos tempos (e elas aparecerão cada vez mais claras): a pressão ideológica, através dos sectores mais conservadores (já houve cardeais a dizer que o Papa não tem poder para mudar a doutrina da Igreja ou que Francisco tem ideias demasiado à esquerda...); e a pressão do sistema , ao qual não serão alheios os últimos 30 anos, em que os modos de fazer e de pensar iam em outra direcção; Jean-Pierre Denis dá um exemplo: para o Papa Bento XVI, a verdade é a forma suprema de caridade; para o Papa Francisco, só a misericórdia tornará a verdade credível.
Estamos perante a questão colocada  pelo texto sobre a primitiva comunidade cristã de Jerusalém, registado nos Actos dos Apóstolos: “Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um. Como se tivessem uma só alma (...) e tinham a simpatia de todo o povo” (Act 2, 44-47). Mais de um século depois, Tertuliano escrevia, confirmando a importância desta dimensão: “É sobretudo esta marca da caridade que nos marca entre certa gente com o ferrete da ignomínia. ‘Olha’, dizem eles, ‘como eles se amam uns aos outros! (...) e como estão preparados a morrer uns pelos outros!’”

O que quer o Papa?

O bispo Victor Fernández, reitor da Universidad Católica Argentina e considerado um teólogo muito próximo de Francisco, dizia que “o que o Papa espera é uma maior abertura pastoral de ministros com cheiro a ovelha, capazes de sofrer com as pessoas”.
Em entrevista ao argentino La NaciónFernández acrescenta que se deve reconhecer que vários bispos, nos quais o próprio se inclui, estão “muito atrás, longe da sabedoria pastoral, da visão e da generosidade do Papa Francisco”. E diz ainda, sobre um dos temas mais debatidos: “A mensagem do Sínodo assume que nesta primeira etapa se começou a refletir ‘sobre o acompanhamento pastoral e sobre o acesso aos sacramentos dos divorciados em nova união.”
Há caminho, portanto, para continuar a  debater, a partir do relatório final, assumido como documento de preparação do Sínodo do próximo ano.
E para tentar encontrar soluções para tantas perguntas difíceis que a instituição familiar atravessa: Os recasados podem voltar a comungar? Que ajuda dar às uniões de facto, quando, por exemplo, há jovens que querem casar mas, inclusive por razões económicas, não podem fazê-lo quando desejam? Como acolher os pedidos de casais que vivem em uniões de facto ou em uniões homossexuais para que as crianças tenham uma educação cristã? Que percurso deve fazer quem, vivendo num ambiente culturalmente poligâmico e tendo mais de uma mulher, se converte ao cristianismo? Como dar resposta a situações de que são vítimas tantas famílias, por causa da pobreza e da injustiça? E tantas outras, de que aliás a mensagem final também dá conta... (o texto está por enquanto apenas disponível em espanhol, mas uma síntese pode ser lida aqui em português)
Esse caminho, diz Anselmo Borges na sua crónica do DN deste sábado, é o do debate e maior abertura em relação a quatro pontos: possibilidade de os divorciados recasados poderem comungar; reconhecimento do valor dos casamentos civis, uniões de facto e coabitação, que “poderão, nalgumas circunstâncias, desembocar no sacramento do matrimónio”; maior acolhimento das pessoas homossexuais; revisão da doutrina da contracepção, abandonando “o pressuposto de uma natureza fixa e imóvel, centrada na biologia”. Escreve: “Em todos estes pontos vale um princípio tradicional, retomado por Bento XVI, quando era professor: ‘Acima do Papa encontra-se a própria consciência, à qual é preciso obedecer em primeiro lugar; se fosse necessário, até contra o que disser a autoridade eclesiástica.’ Não vale tudo, mas, para lá da moral reduzida a normas e proibições, é preciso educar para a autonomia, para a liberdade na responsabilidade e dignificação.” (texto completo aqui)
Já na semana passada, também na crónica do DN, antecipava Anselmo Borges: “Há ainda um longo caminho até à Exortação do Papa, com as decisões finais, em princípios de 2016. (...) outra vez W. Kasper: ‘Vivemos num mundo globalizado e não se pode governar tudo a partir da Cúria’...” (texto completo aqui)
Este longo caminho implica um debate que deve ser sério, pede Paulo Terroso, padre de Braga a estudar Comunicação Institucional em Roma: tendo em conta a sensibilidade e a complexidade dos temas que se abordam, seria importante que a reflexão e a opinião acrescentassem, sobretudo, valor ao debate, procurando sempre o bem das pessoas em causa. A piada fácil e a ironia corrosiva, que pouco ou nada acrescentam à reflexão, só criam mais divisões, geram ressentimentos e infligem mais sofrimento”. (O texto, publicado no suplemento Igreja Viva, do Diário do Minho, pode ser lido aqui na íntegra)

Onde se pode chegar?


(foto António Marujo)

Até onde se pode ir, na abertura a novas realidades que a instituição familiar enfrenta, essa foi uma das perguntas feitas por muitos. E continuará a ser, durante os próximos meses. No discurso conclusivo dos trabalhos do Sínodo (a tradução para português deixa a desejar, mas aqui pode ler-se uma síntese), o Papa falou das tentações a evitar (fechamento hostil, facilitismo, negligenciar a realidade...) e acrescentou: “Temos ainda um ano para amadurecer, com verdadeiro discernimento espiritual, as ideias propostas e encontrar soluções concretas para tantas dificuldades e inumeráveis desafios que as famílias têm de enfrentar; para dar resposta a tantos desencorajamentos que envolvem e sufocam as famílias”. Mas referiu ainda outra ideia fundamental, sobre a missão da Igreja: “Esta é a igreja, a verdadeira esposa de Cristo, que procura ser fiel ao seu Esposo e à sua doutrina. É a Igreja que não tem medo de comer e beber com as prostitutas (cf. Lc 15). A Igreja que tem as portas escancaradas para receber os necessitados, os arrependidos e não somente os justos ou aqueles que acreditam ser perfeitos! A Igreja que não se envergonha do irmão caído e não faz de conta de não vê-lo, ao contrário, se sente envolvida e quase obrigada a levantá-lo e a encorajá-lo e retomar o caminho.”
Para discernir a quem e como se quer acolher, antes de mais, recordava Bento Domingues na sua crónica de dia 19, no Público, há que olhar de novo para os textos bíblicos: “No Novo Testamento não há nenhuma preocupação em mostrar se Jesus constituiu ou não uma família. Os textos insistem em algo mais abrangente: o seu projecto era congregar na unidade todos os filhos de Deus dispersos (Jo 11, 52). Seria excessivo pedir-lhe um manual de moral sexual.” (texto completo aqui)
Já antes, frei Bento perguntara: “Como esquecer a memória das refeições de Jesus com os classificados como pecadores (Mc 2, 15-17; Mt 9, 10-013; Lc 5, 29-32)? Surge a interrogação: Porque come ele com os publicanos e com os pecadores? Ouvindo isto, Jesus responde: Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os doentes. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores. Ironia divina.
Enzo Bianchi, prior da comunidade monástica de Bose, situa a sua reflexão Entre o matrimónio indissolúvel a e misericórdia: “se este é o anúncio evangélico, que não pode mudar, não é menos verdade que na história, e particularmente hoje, este vínculo nas histórias de amor não é sempre assumido com fé, na adesão à palavra de Cristo e, não obstante, às vezes deteriora-se, corrompe-se e morre. Sim, entre os cônjuges ocorre estar juntos até ao momento em que um torna o outro melhor, mas se isto não acontece mais, depois de várias tentativas, então a separação pode ser um mal menor. E é aqui que às vezes inicia uma nova história de amor, que pode ser portadora de vida, vivida na lealdade e na fidelidade, na partilha da fé e na pertença viva à comunidade cristã. Para quantos vivem nesta condição não é possível celebrar outras núpcias, nem contradizer o sacramento do matrimónio já celebrado, mas se cumprirem um caminho penitencial, se mostrarem com o passar dos anos solidez no novo vínculo, não se poderia, pelo menos, admiti-los à comunhão, que lhes daria a possibilidade de um viático portador de graça no caminho em direcção do Reino? Segundo a doutrina católica tradicional a eucaristia é sacramento também para a remissão dos pecados. O cardeal Martini perguntava: ‘A questão se os divorciados recasados podem receber a comunhão deveria ser invertida: como pode a Igreja ir em sua ajuda com a força dos sacramentos?’” (texto para ler aqui na íntegra)
Na mesma linha de reflexão, Bento Domingues escrevera, dia 5 de Outubro, no Público:
“Muito ou pouco praticantes, por culpa ou sem culpa de um ou de ambos, o facto é que existem rupturas sem remédio. Surgem, depois, novas uniões. Pondo de lado a leviandade e os caprichos de muitos casos, também existem divorciados recasados que nesses processos complicados aprofundaram e redescobriram a sua fé, que desejam alimentar. 

Como já vimos em artigos anteriores, não são católicos excomungados. Pelo contrário, são convidados a participar na vida da Igreja e a frequentarem a Eucaristia. Mas são proibidos de comungar: convidados para uma refeição e impedidos de comer. À primeira não se entende esta incongruência e à segunda, ainda menos. Invoca-se um estado permanente de violação da aliança matrimonial. Razão apresentada: existe uma contradição objectiva de ordem simbólica, pois a aliança entre Deus e a Humanidade, entre Cristo e a sua Igreja é actualizada pelo laço entre marido e mulher. O autor citado mostra, de forma analítica, que este é um argumento falacioso. Deus é sempre fiel, mas os seres humanos não são Deus. Podem falhar e a misericórdia de Deus nunca falha.” (texto integral aqui)

O padre jesuíta Miguel Almeida apresentava outros dados para reflexão, dizendo que este debate é tão antigo quanto a Igreja e recordando o que se passava nos primeiros mil anos de cristianismo: “Não há, durante quase todo o primeiro milénio, uma voz única na Igreja sobre esta matéria, especialmente no que se refere à atitude pastoral. Encontramos ensinamentos não uniformes em todos os Padres da Igreja, embora, em geral, todos ensinem a indissolubilidade matrimonial. Mesmo assim, é verdade que desde o início, uns levavam em conta a cláusula da exceção de Mateus; outros seguiam o ensinamento de S. Paulo quanto à possibilidade de dissolução de casamentos entre cristãos e não crentes (1Cor 12-16); e outros ainda, embora sustentando que não era conforme a letra das Escrituras, permitiam o divórcio e o novo casamento invocando a misericórdia de Deus – também ela presente no todo das Escrituras. (o texto completo pode ler-se aqui)
O exercício de reflexão necessário para continuar o debate pode incluir outros elementos, como aquele que Enzo Bianchi propõe, no texto já citado: “porque razão os padres, monges, religiosos que professam uma promessa pública a Deus, depois de terem abandonado a vocação recebida e contradizendo os votos pronunciados – votos que S. Tomás de Aquino dizia que a Igreja não poderia nunca dissolver – podem participar plenamente na vida sacramental da Igreja, enquanto quem se encontra noutras situações de infidelidade é excluído? Esta posição é vista como a injustiça de uma disciplina feita por clérigos, que vivem mais ou menos bem o seu celibato, e não conhecem o cansaço e as dificuldades do matrimónio…”
Enfim, fica o pedido dos bispos na mensagem final, para que os católicos “caminhem” com eles “até ao próximo Sínodo”. Assim cada uma e cada um aceite o desafio e seja aceite com a sua opinião e participação.



1 comentário:

João Amaro Correia disse...

http://chiesa.espresso.repubblica.it/articolo/1350897?eng=y

jac