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Religando o que foi com o que será
(Karol Wojtyla in "A Loja do Ourives")
Ao reler estas palavras, revemo-nos na presença dialogante entre a tradição cultural e espiritual e o futuro como uma realidade aberta. A viagem anunciada é a de procurar e encontrar na contemporaneidade, para além do imediatismo estéril, a fértil intemporalidade.
A obra de Pedro Calderón de la Barca é um destes casos exemplares. Os seus Autos Sacramentais, coetaneamente representados na rua, em ambiente de festa social, no dia do Corpo de Deus, continuam a potenciar, para além de um género dramático-religioso, uma fonte de participação estética e emocional, aberta a uma constante reelaboração das mundividências pessoais e colectivas, sendo Os Mistérios da Missa, uma verdadeira obra-prima de didactismo teatral, que dá a ver a Liturgia como uma Poética de construção de sentidos e de relações.
Este é o caminho do Teatro do Ourives, a atenção à presença encarnada e a escuta às palavras, aos gestos e à suave brisa de uma Nova Primavera!
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