terça-feira, 15 de novembro de 2011

Integristas católicos perturbam uma celebração inter-religiosa

"Os distúrbios causados ​​por alguns católicos fundamentalistas que rezavam o terço em St. Denys de la Chapelle, no final da grande marcha que tinha acabado de atravessar Paris, de Les Halles até Barbès, não afetou o entusiasmo de cerca de 500 peregrinos de todas as religiões que participaram no último domingo, 13 de Novembro, numa celebração conjunta nesta igreja do norte de Paris.
Sentados nas filas da frente, cerca de 20 membros do Movimento da Juventude Católica de França, conotados com a Fraternidade SSPX e Civitas (o movimento de extrema-direita que se tem vindo a opor à peça de Castelucci) começaram, logo no início da reunião, a gritar slogans hostis e a cantar a "Ave-Maria". Um panfleto resume a sua hostilidade ao diálogo inter-religioso: "Assis, antes que o galo cante, tu me negarás três vezes ...". Ou: "Pio XI condenou as reuniões inter-religiosas, porque os defensores deste ponto de vista não só rejeitam a verdadeira religião como descambam aos poucos para o naturalismo e o ateísmo". Após alguns minutos de hesitação, a assembleia posicionou-se à volta deles, retomando em voz alta a música especialmente escrita para o evento: "A força do espírito levou-nos ao encontro / Eis-nos reunidos, testemunhas do fogo no coração do mundo ...".
Apanhados pelo número e surpreendidos pela determinação dos fiéis, os jovens fundamentalistas  (homens e mulheres com idades entre os 20 e 30 anos) inicialmente concordaram em ir para o fundo da igreja, continuando a sua oração, sob o olhar benevolente de um padre franciscano e de um monge budista. 
Depois de muita negociação, cerca de uma hora depois, deixaram o local sem choques nem violência. "Isso não poderia acontecer de outra forma", diz calmamente Aude Pascal, um frade capuchinho, que passou muito tempo a conversar com estes e aqueles.  "Enquanto artesãos do diálogo, nós tivemos que dar tempo para falar e ouvir. Certamente que não os convencemos e o contrário também não aconteceu não acreditar neles ou para essa matéria, mas foi possível, apesar de tudo, o encontro. E isso fez com que pudessem ir-se embora de cabeça erguida. (...)"


(Relato do site do jornal La Vie. Para continuar a ler: AQUI)

1 comentário:

José Gonçalves Cravinho disse...

Estou pasmado como é que na França rèpublicana e laica da França dos Livres Pensadores ainda há gente crente nas Vigarices dos Vigários de Cristo e o pior é que é gente eivada de fanatismo religioso.