domingo, 4 de agosto de 2013

As revoluções

Crónicas

Ainda o Papa e as revoluções que ele está a pôr em marcha, em várias crónicas dos últimos dias. No DN de sábado, Anselmo Borges falava da revolução tranquila:

em quatro meses, Francisco pôs em marcha uma revolução tranquila, mas real, na Igreja, e a sua figura e mensagem estão a abrir espaços de esperança num mundo globalizado, habitado por imensos perigos.

No Correio da Manhã de sexta-feira, Fernando Calado Rodrigues referia-se à revolução da ternura:

É cada vez mais claro que o Papa Francisco está a protagonizar uma "Revolução da Ternura", que passa muito mais pelo acolhimento do que pela condenação. Quer que a Igreja reaprenda a "gramática da simplicidade". E que, com a "criatividade do amor", reinvente o anúncio de Jesus Cristo. Hoje.

Esta “revolução”, note-se, está muito relacionada com a forma como o Papa Francisco se refere ao acolhimento de todos, como aconteceu na entrevista que deu a bordo do avião que o levou do Rio de Janeiro a Roma, onde se referiu, entre outras coisas, à forma como ele não condenaria alguém que fosse gay mas procurasse Deus e tivesse boa vontade.
Também quarta-feira passada, no DN, Baptista-Bastos se interrogava sobre alguns aspectos do discurso de Francisco.


Este Papa, o seu discurso e a sua conduta parecem desejar outro modo de ser Igreja, recuperando a expressão "revolucionário" para o trânsito das ideias comuns, como necessidade e como urgência. E di-lo e fá-lo com a simplicidade de quem ainda acredita na força de um humanismo redentor. Devo dizer aos meus Dilectos que este Francisco redespertou-me ressonâncias antigas, como as da reflexão colectiva e da releitura daqueles, como Bertrand Russell (Por Que não Sou Cristão), cujo ateísmo ou agnosticismo não dificultou a pesquisa do sagrado para o reencontro com a própria condição.

1 comentário:

Paulo Bateira disse...

Gonzalez Faus aconselhava moderação na euforia. Outra(o)s dizem "ouvidos atentos e olhos bem abertos". Porque hão-de vir - isso é inevitável - as 'questões escaldantes'. Uma das surpreendentes escorregadelas do Papa Francisco foi a sua quase irritação com a pergunta (no avião de regresso das JMJ) a respeito do (des)valor das mulheres por parte da teologia católica. A resposta pode deitar a perder o (maravilhoso) "capital-teológico" até agora amealhado.

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http://asaladecima.blogspot.pt/2013/08/e-as-mulheres-papa-francisco.html