Crónicas
Ainda
o Papa e as revoluções que ele está a pôr em marcha, em várias crónicas dos
últimos dias. No DN de sábado, Anselmo Borges falava da revolução tranquila:
em quatro meses, Francisco pôs em
marcha uma revolução tranquila, mas real, na Igreja, e a sua figura e mensagem
estão a abrir espaços de esperança num mundo globalizado, habitado por imensos
perigos.
No
Correio da Manhã de sexta-feira, Fernando Calado Rodrigues referia-se
à revolução da ternura:
É cada vez mais claro
que o Papa Francisco está a protagonizar uma "Revolução da Ternura",
que passa muito mais pelo acolhimento do que pela condenação. Quer que a Igreja
reaprenda a "gramática da simplicidade". E que, com a
"criatividade do amor", reinvente o anúncio de Jesus Cristo. Hoje.
Esta “revolução”,
note-se, está muito relacionada com a forma como o Papa Francisco se refere ao
acolhimento de todos, como aconteceu na entrevista que deu a bordo do avião que o levou do Rio de Janeiro a Roma, onde se referiu, entre
outras coisas, à forma como ele não condenaria alguém que fosse gay mas
procurasse Deus e tivesse boa vontade.
Também quarta-feira
passada, no DN, Baptista-Bastos se interrogava sobre alguns
aspectos do discurso de Francisco.
Este Papa, o seu discurso e a sua
conduta parecem desejar outro modo de ser Igreja, recuperando a expressão
"revolucionário" para o trânsito das ideias comuns, como necessidade
e como urgência. E di-lo e fá-lo com a simplicidade de quem ainda acredita na
força de um humanismo redentor. Devo dizer aos meus Dilectos que este Francisco
redespertou-me ressonâncias antigas, como as da reflexão colectiva e da
releitura daqueles, como Bertrand Russell (Por Que não Sou Cristão), cujo
ateísmo ou agnosticismo não dificultou a pesquisa do sagrado para o reencontro
com a própria condição.
1 comentário:
Gonzalez Faus aconselhava moderação na euforia. Outra(o)s dizem "ouvidos atentos e olhos bem abertos". Porque hão-de vir - isso é inevitável - as 'questões escaldantes'. Uma das surpreendentes escorregadelas do Papa Francisco foi a sua quase irritação com a pergunta (no avião de regresso das JMJ) a respeito do (des)valor das mulheres por parte da teologia católica. A resposta pode deitar a perder o (maravilhoso) "capital-teológico" até agora amealhado.
LEIA AQUI MAIS:
http://asaladecima.blogspot.pt/2013/08/e-as-mulheres-papa-francisco.html
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