Respondendo ao desafio do PÚBLICO, o professor de Economia da Universidade de Coimbra Elísio Estanque dirigiu uma pergunta ao presidente da República, que poderia muito bem ser igualmente dirigida ao Governo, à Assembleia da República e, já agora, à Igreja Católica que deveria ter uma voz particularmente relevante nesta matéria:
"O Presidente da República, preocupado que está com a 'equidade fiscal', concorda com uma taxação progressiva que incida mais sobre os rendimentos mais elevados e que os mais ricos devem contribuir mais para superar crise? Não acha que as grandes fortunas têm sido poupadas? E os nossos jovens? Acha bem que emigrem ou é preferível que protestem?"O reverso é-nos dado pelo editorial também da edição de hoje do mesmo diário:
"10% dos trabalhadores portugueses recebem o salário mínimo nacional ou menos. Nos sectores têxtil, do vestuário e do calçado, a maior parte das pessoas ganha apenas três, quatro ou dez euros acima do salário mínimo. Os working poor são mais de 12% dos 1,8 milhões de pessoas em risco de pobreza.
A estes é possível antecipar que um novo grupo se junte em 2012. São os portugueses que nas estatísticas oficiais são considerados de classe média: os 2,5 milhões de trabalhadores que hoje ganham entre 700 e 800 euros por mês. Alguns — ou muitos — vão tornar-se working poor".
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