Agenda
O aumento dos crimes contra as pessoas é um dos factos que serve como
pano de fundo à Conferência de Outono do Observatório sobre a Produção,
Comércio e Proliferação das Armas Ligeiras, dedicada ao tema “A violência da
crise e a proliferação das armas”. A iniciativa decorre este sábado, 12 de
Outubro, entre as 9h30 e as 18h00, no Fórum Picoas, em Lisboa. A entrada é livre.
Entre Abril e Junho deste ano, o Observatório concluiu, através da
análise de notícias dos media, que os crimes contra pessoas representaram 22
por cento do total de crimes praticados no país. No trimestre anterior, eles
tinham sido apenas por 16 por cento.
No contexto que Portugal atravessa, o Observatório nota que as
consequências da crise se fazem sentir com violência na vida de muitos
cidadãos. “Diversas têm sido as reacções da sociedade e as manifestações de
cidadãos inconformados com as medidas que vão sendo impostas e o crescendo de
dificuldades que tendem a apagar do seu horizonte a esperança”, diz o
Observatório, na apresentação da iniciativa. “Se é certo que os protestos têm
sido em geral comedidos e as manifestações decorrido de forma ordeira, há que
admitir que essa ordem poderá ser ultrapassada com o prolongamento da crise e
das duras condições que pesam sobre as pessoas, até ao ponto de se assistir a
violência na rua e a comportamentos de grande agressividade.”
Estas são razões para que o assunto
se debata, diz ainda a convocatória da iniciativa, com o objectivo de debelar
essa violência. “É necessário perceber o que poderá desencadear respostas
violentas que levem ao recurso às armas que proliferam na sociedade portuguesa,
de que modo esta se foi armando, de forma legal e ilegal, e como esta
potencialidade de violência se poderá reduzir a dimensões minimamente controláveis.”
No debate, cujo programa completo pode ser consultado aqui, participam, entre outros, Isabel Guerra, Manuel Carvalho da Silva, os
jornalistas Jorge Wemans e Helena Garrido, responsáveis da PJ e da PSP, bem como
José Manuel Pureza, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra,
que procurará apontar formas concretas para prosseguir a acção.
O debate de sábado pode ser acompanhado em directo via internet, através
do endereço http://directo.telecom.pt.
O Observatório das Armas espera publicar também, dentro de semanas, um conjunto
de reflexões e propostas de acção.
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