Agenda
O que aconteceria se a simples
palavra “Deus” deixasse de existir? Esta pergunta de Karl Rahner serve de mote
para mais uma edição dos colóquios Igreja em Diálogo, promovidos pela Sociedade
Missionária da Boa Nova, no seu seminário de Valadares (Gaia).
De novo coordenado pelo padre e
professor de Filosofia Anselmo Borges, o colóquio deste ano – um dos mais
destacados debates de teologia em Portugal – decorre no próximo fim-de-semana (sábado
e domingo) e tem por título “Deus ainda tem futuro?”.
O programa, que pode ser consultado na íntegra aqui, conta com um leque de participantes
deveras apelativo, entre os quais: Jean-Paul Willaime, um dos nomes de topo da
sociologia religiosa contemporânea, que irá descrever a situação espiritual do
mundo; o físico Carlos Fiolhais, que tratará da relação entre a ciência e o
divino; o jesuíta Juan Masiá, que vive há décadas no Japão e irá destrinçar “o
Deus do Oriente e o Deus do Ocidente”; o também jesuíta Paul Valadier,
ex-director da revista Études, que
tem investigado as relações entre fé, política e moral; Isabel Gómez-Acebo, um dos mais
importantes nomes das teologias feministas; e Andrés Torres Queiruga, um dos teólogos
contemporâneos mais importantes.
“A morte absoluta da palavra
‘Deus’ uma morte que eliminasse até o seu passado, seria o sinal, já não ouvido
por ninguém, de que o Homem morreu”, escrevia ainda Rahner, citado por Anselmo
Borges na apresentação do tema.
O coordenador do colóquio
acrescenta: “Václav Havel, o grande dramaturgo e político, pouco tempo antes de
morrer surpreendeu muita gente ao declarar que ‘estamos a viver a primeira
civilização global’ e ‘também vivemos na primeira civilização ateia, numa
civilização que perdeu a ligação com o infinito e a eternidade’, temendo,
também por isso, que ‘caminhe para a catástrofe’”. Daí que, “no contexto de uma crise
global do mundo – crise financeira, económica, social, política, moral – é
preciso perguntar se a crise de Deus não ocupa lugar central”.
Para debater sábado e domingo, em
Valadares.
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