Posso compreender que a Igreja Católica se manifeste contra os casamentos entre pessoas do mesmo sexo e se oponha, como tem feito, às iniciativas de vários Estados de legislar sobre a matéria. Mas já não consigo compreender que altos responsáveis eclesiásticos façam juízos de condenação acerca da relação entre homossexuais.
Num esclarecimento sobre o discurso feito na abertura do Congresso de Teologia Pastoral do México, o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, profere afirmações como estas:
"O exercício da homossexualidade não reflecte a verdade da amizade. A amizade é inerente à condição humana, na qual se dão relações de proximidade, apoio e cooperação, num clima cortês e afável. A amizade deve ser vivida na castidade. "
"Toda a pessoa que tem dificuldade para viver rectamente a sexualidade está chamada a encontrar-se com Cristo e a viver, em consequência, de acordo com as exigências da liberdade e a responsabilidade da fé, da esperança e da caridade. Ao contrário, é contrário à verdade da identidade humana e ao desígnio de Deus viver uma experiência homossexual, uma relação deste tipo, e mais ainda pretender reivindicar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. São contrários aos verdadeiros interesses das pessoas e às necessidades da sociedade. Constituem uma transgressão do sentido do amor tal como Deus nos revelou através da mensagem de Cristo, da qual a Igreja é servidora, como expressão da caridade aos homens e mulheres do nosso tempo. "
Como é possível entrar-se neste terreno que consiste em decidir se "o exercício da homossexualidade" reflecte ou não a verdade da amizade? Eu julgo que não podem ser só aqueles que têm dificuldade para "viver rectamente a sexualidade" que são chamados a "encontrar-se com Cristo e a viver, em consequência, de acordo com as exigências da liberdade e a responsabilidade da fé, da esperança e da caridade". Todos são chamados. E gostava de saber quem não vive dificuldades nesta matéria.
A minha pergunta é ainda outra: que sentido pode ter para uma pessoa homossexual a Igreja dizer-lhe que a acolhe se não a reconhece na sua diferença e se acolhê-la significa fazer-lhe sentir que não vive rectamente, que a experiência de amor que eventualmente vive não é verdadeira?
Acolher, é verdade, não é aceitar tudo o que o outro é ou pensa. Mas tem de passar por ouvi-la, conhecê-la, dar e dispor-se a receber dela. Ora esta atitude de abertura e de caminho conjunto é algo que parece estar distante do tom do discurso do cardeal.
Num esclarecimento sobre o discurso feito na abertura do Congresso de Teologia Pastoral do México, o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família, profere afirmações como estas:
"O exercício da homossexualidade não reflecte a verdade da amizade. A amizade é inerente à condição humana, na qual se dão relações de proximidade, apoio e cooperação, num clima cortês e afável. A amizade deve ser vivida na castidade. "
"Toda a pessoa que tem dificuldade para viver rectamente a sexualidade está chamada a encontrar-se com Cristo e a viver, em consequência, de acordo com as exigências da liberdade e a responsabilidade da fé, da esperança e da caridade. Ao contrário, é contrário à verdade da identidade humana e ao desígnio de Deus viver uma experiência homossexual, uma relação deste tipo, e mais ainda pretender reivindicar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. São contrários aos verdadeiros interesses das pessoas e às necessidades da sociedade. Constituem uma transgressão do sentido do amor tal como Deus nos revelou através da mensagem de Cristo, da qual a Igreja é servidora, como expressão da caridade aos homens e mulheres do nosso tempo. "
Como é possível entrar-se neste terreno que consiste em decidir se "o exercício da homossexualidade" reflecte ou não a verdade da amizade? Eu julgo que não podem ser só aqueles que têm dificuldade para "viver rectamente a sexualidade" que são chamados a "encontrar-se com Cristo e a viver, em consequência, de acordo com as exigências da liberdade e a responsabilidade da fé, da esperança e da caridade". Todos são chamados. E gostava de saber quem não vive dificuldades nesta matéria.
A minha pergunta é ainda outra: que sentido pode ter para uma pessoa homossexual a Igreja dizer-lhe que a acolhe se não a reconhece na sua diferença e se acolhê-la significa fazer-lhe sentir que não vive rectamente, que a experiência de amor que eventualmente vive não é verdadeira?
Acolher, é verdade, não é aceitar tudo o que o outro é ou pensa. Mas tem de passar por ouvi-la, conhecê-la, dar e dispor-se a receber dela. Ora esta atitude de abertura e de caminho conjunto é algo que parece estar distante do tom do discurso do cardeal.
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