O embaixador do Vaticano afirmou que, nos últimos tempos, “a segurança dos civis nos conflitos está-se fazendo cada vez mais crítica, por vezes mesmo dramática, como tem sucedido na Faixa de Gaza, no Iraque, Darfur e na República Democrática do Congo”. Migliore apelou por isso à garantia da “protecção de civis através de um maior respeito das normas do direito internacional”. O que exige três pilares fundamentais: “Acesso humanitário, protecção especial para as crianças e mulheres, assim como o desarmamento”.
“O terrível maltrato de civis em tantas partes do mundo não parece um mero efeito da guerra”, afirmou. “Vemos civis que são convertidos deliberadamente em meios para alcançar objectivos políticos ou militares.” E deu exemplos: “Quando as mulheres e as crianças são usadas como escudo de combatentes; quando se nega o acesso humanitário à Faixa de Gaza; quando no Darfur as pessoas são expulsas e as aldeias destruídas; quando vemos a violência sexual que destrói a vida de mulheres e crianças na República Democrática do Congo.”
“A protecção dos civis exige não apenas um renovado compromisso para aplicar o direito humanitário, mas requer em primeiro lugar e sobretudo boa vontade política e acção”, acrescentou o arcebispo. Requer ainda “líderes que exerçam o direito de defender seus próprios cidadãos ou o direito à autodeterminação, recorrendo apenas aos meios legítimos”.
O representante da Santa Sé disse que o crescente aumento das vítimas civis na guerra se deve também “à produção massiva e contínua inovação e sofisticação de armamentos”. “A maior qualidade e distribuição de arma de pequenos calibre e de armas leves, assim como as minas terrestres e as bombas de fragmentação fazem com que seja muito mais fácil e eficaz o assassinato de seres humanos.”
Nessa medida, saudou como uma boa notícia a adopção da Convenção sobre as Bombas de Fragmentação e apelou a que os países ratifiquem este tratado “como uma prioridade e um sinal de compromisso para enfrentar o drama das vítimas civis”.
(Fonte: www.zenit.org)
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