foto Alexandre Azevedo/Sábado
“Não gosto de escrever. Se pudesse,
era todo o tempo a ler. Gosto também de discutir o que leio com outros e gosto
do debate”, diz frei Bento Domingues, numa entrevista a Manuel Vilas Boas, na TSF, onde passa em revista algumas das
ideias das duas antologias de crónicas do Público, editadas nos últimos meses: Um Mundo Que Falta Fazer e A Insurreição de Jesus.
Na Antena 1, na véspera da sessão
de dia 19 na Gulbenkian, Duarte Belo entrevistou também o teólogo dominicano.
Sobre o título do último volume de antologia, diz frei Bento: “A insurreição de
Jesus não é a organização de um movimento bélico (...) o que ele queria era
mudar a mente das pessoas, o evangelho é isso. O que ele pregava era a alegria,
porque mudamos de vida, mudamos de orientação de v ida, mudamos para ver o
mundo a partir dos excluídos; nesse aspecto, estou muito agradecido a Deus por nos ter facultado a possibilidade de um
papa como o Papa Francisco...” (a entrevista pode ser escutada aqui na íntegra)
Também antes do encontro na
Gulbenkian, Bento Domingues foi entrevistado por Luís Caetano no programa A Ronda da Noite, da Antena 2, durante
dois dias. “Eu não queria uma missa para crianças, [outra para] adolescentes ou
adultos. A eucaristia é celebração da família dos filhos de Deus (...) fazemos
uma festa, que seja o momento em que se transforma a vida subvertemos as desgraças
da nossa semana”, dizia ele, dia 17.
Na segunda noite, acrescentava: “Devemos
evangelizar tanto a nossa sensibilidade, como a nossa imaginação, como a nossa
inteligência, os nossos afectos, as nossas
relações (...) Jesus morreu com as pessoas todas no seu coração, com os
seus próprios inimigos, é isso que temos que viver e morrer: para uma vida
nova, para dizer que o mundo não tem de ser de amigos e inimigos...
(o programa pode ser escutado aqui)
Na Grande Entrevista da RTPI, dia 24 de Setembro, com
Vítor Gonçalves, frei Bento falou muito dos seus hábitos pessoais de leitura e
escrita, bem como da situação económica do país, distinguindo entre a pobreza
como opção, que “dá uma liberdade enorme”, e a “pobreza imposta” que torna
muitas pessoas em “miseráveis” e falando sobre o livro da sua vida – a Summa Theologica, de São Tomás de Aquino: “Ele
escreveu aquilo porque achava que havia uma variedade enorme de questões
disputadas; e, em vez de declarações, começa sempre por interrogações.”