quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Arquitectura para uma Igreja serva e pobre

Agenda


No próximo sábado, a sede nacional da Ordem dos Arquitectos acolhe a jornada Liturgia, arte e arquitectura, dedicada ao tema Arquitectura para uma “Igreja pobre e servidora”.
“Os arquitectos são os primeiros responsáveis pela definição da identidade formal de uma igreja, mas esta é também determinada e muito por quem a promove, assim saiba programar e definir objectivos”, lê-se no texto de apresentação da iniciativa. “Se hoje muito se pratica uma arquitectura-espetáculo, é bom que as novas igrejas, pelo contrário, assumam outra linguagem e se apresentem humildemente como arquitectura de serviço e acolhimento. Assim, a arquitectura que recebe ‘aqueles que se reúnem em Seu nome’ deverá ser reconhecida, já não pela ostentação que outros tempos atribuíram à ‘Casa de Deus’, mas pela simplicidade da casa de oração da comunidade cristã.”
O mesmo texto acrescenta:
“Em 1962, os Padres Conciliares, numa mensagem dirigida à Humanidade na abertura do Concílio Vaticano II, afirmaram: ‘Não é verdade que por estarmos ligados a Cristo estamos dispensados das tarefas e obrigações terrenas. Pelo contrário, a Fé, a Esperança e o Amor de Cristo levam-nos a servir os nossos irmãos, e assim seguimos o exemplo do Divino Mestre, que «veio para servir e não para ser servido“ (Mt20, 28). Deste modo, também a Igreja não nasceu para dominar mas para servir.’

Meio século depois, o Papa Francisco voltou a falar da centralidade do serviço, e lembrou na homilia da missa de início do seu pontificado que ‘o verdadeiro poder é o serviço’. Três dias antes, na audiência aos jornalistas, desabafara: ‘Como eu gostaria de uma Igreja pobre para os pobres.’
Confirmou, deste modo, a actualidade do título que o P. Yves Congar op escolheu, em 1963, para um dos seus livros: Pour une Église servante et pauvre

Será essa a imagem e o testemunho das igrejas do nosso tempo? A resposta a esta interpelação nova e antiga só será encontrada no debate dos desafios que hoje se abrem à liturgia, à arte e à arquitectura religiosa.

O programa da iniciativa pode ser consultado aqui, onde também se encontra a ligação para poder fazer a inscrição, possível até amanhã, sexta-feira.
A jornada é acompanhada da inauguração da exposição bibliográfica com o título 12 arquitecturas para uma Igreja pobre e servidora, que estará patente até dia 23, no mesmo local.

Texto anterior no blogue:
Uma petição ao Papa em favor da comunhão para os divorciados que voltaram a casar - um documento para assinar e divulgar

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