sábado, 2 de fevereiro de 2013

Louis Sako, novo patriarca de Babilónia dos Caldeus: Muçulmanos devem aprender a separar religião e política


Entrevista

Vê a sua nova tarefa como a de alguém chamado a reconstruir a Igreja Caldeia (no Iraque) como casa aberta a outras igrejas cristãs e aos seus compatriotas muçulmanos. O bispo Louis Sako, que esteve há pouco mais de um ano em Portugal, a convite da Ajuda à Igreja  que Sofre (AIS), foi eleito esta sexta-feira como patriarca de Babilónia dos caldeus.
Personalidade moderada no meio de uma realidade extremada pelas perseguições movidas aos cristãos, o novo patriarca criticava, há um ano, em Lisboa, a forma como os Estados Unidos actuaram no Iraque nos últimos anos, acrescentando que o Ocidente deveria pensar menos nos interesses materiais. Quando se assiste à guerra civil na Síria, com tantos pontos de contacto com o que se passou no Iraque, é importante reflectir sobre as palavras deste homem ponderado, para quem a liberdade é um bem importante e o fundamentalismo uma ameaça.
Na Igreja que agora será liderada por Louis Sako, reza-se ainda em aramaico, a língua que Jesus falou. E vale a pena referir que, mesmo se unida ao Papa – que confirmou formalmente a eleição do novo patriarca – esta comunidade tem padres casados e os seus bispos são escolhidos pelas comunidades. O próprio patriarca foi eleito pelo sínodo de 15 bispos da Igreja. O próprio dizia, nesta entrevista que lhe fiz, que as experiências dos padres casados e de uma maior participação dos crentes na escolha dos bispos podem ser alargadas ao Ocidente. Fica aqui a reprodução da entrevista (para poder ler, basta clicar na imagem e fazer "save as" ou "gravar como").


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