Crónicas
No seu comentário aos textos bíblicos da liturgia católica deste
Domingo, Vítor Gonçalves escreve, sob o título Do Pai aos irmãos:
Não sabemos se o pai da parábola
que Lucas nos narra era um bom educador. Mas sabemos que amava os seus filhos.
Que pouco lhe interessavam os bens e as propriedades, a fama ou as honrarias, e
tudo seria capaz de sacrificar por causa deles. Com que dor aceitou ser “morto”
pelo filho mais novo quando lhe deu a parte da herança reclamada? Com que
esperança suspirou pelo seu regresso? Com que alegria saiu ao seu encontro e
deu início à festa? Com que dor descobriu a dureza de coração do filho mais
velho? Com que humildade veio insistir com ele para acolher o irmão? Quem
imagina Deus sentado no seu trono celeste a “ver o mundo passar” bem pode mudar
de ideias, sob o risco de “inventar” um Deus que não é o Pai de Jesus Cristo!
(texto aqui na íntegra)
Na crónica de hoje, no Público, frei Bento Domingues toma também como pretexto a “parábola do filho
pródigo”. Sob o título Um contador de histórias subversivas, escreve:
A parábola não ensina, dá que
pensar. Liberta a imaginação. Não nos deixa acorrentados às religiões que
herdámos. A fé cristã, ao proclamar, na Eucaristia dominical, a parábola
do Filho Pródigo vem dizer: não estraguem o Domingo! É a festa das
pessoas em processo de transformação. A Eucaristia - o Papa Francisco tem
insistido muito neste ponto - não é um prémio, uma recompensa para os
bem-comportados, segundo um código de moral convencional. É um convite para a
festa, para a festa de Deus revelada nos gestos e nas palavras de Jesus.
(texto aqui na íntegra)
Na crónica de ontem, no DN,
Anselmo Borges escrevia sobre Os dois pais, a liberdade, Spotlight:
A Igreja Católica tem muitos e
graves problemas para resolver, mas a questão da reconciliação sã com a
sexualidade é fundamental. O título deste texto, aparentemente desconexo, tem
um vínculo: o sexo. Se se dissesse claramente, sem receios, que Jesus é filho
de José e de Maria, não haveria lugar para o cartaz. Também é sabido que a
pedofilia não deriva necessariamente do celibato obrigatório. Mas a lei do
celibato pode ser causa de sexualidades distorcidas. Porque é que a Igreja há-de
impor como lei o que Jesus entregou à liberdade?
(texto aqui na íntegra)
A atribuição do Óscar ao filme Spotlight era também o tema escolhido por Fernando Calado Rodrigues no dia 26 de Fevereiro, sob o título Pecados clericais:
Apesar de globalmente a atitude dos bispos se ter modificado muito na abordagem da pedofilia, ainda se nota alguma condescendência com outros comportamentos que também corrompem os clérigos. Estes, ainda que pareçam menos graves – como o carreirismo, o apego ao dinheiro, o plágio, a sobranceria ou a vaidade –têm merecido a condenação veemente do Papa.
(texto aqui na íntegra)
No dia 27 de Fevereiro, Anselmo Borges escrevia Sobre a eutanásia: perplexidades:
Despenalizar a eutanásia? Trata-se
de uma questão civilizacional, e é preciso estar bem consciente dos perigos
dramáticos e temíveis que se corre. (...) Não se aninha aí o risco de enormes
equívocos na própria terminologia: "morte por compaixão", "mercy
killing", "Gnadentod"? Precisamente porque é imisericordiosa, já
que assenta no economicismo e no hedonismo, a nossa sociedade cada vez menos
humanista, não tendo tempo nem solidariedade compassiva para com os mais fracos
– os doentes graves e os moribundos –, atira-os para o que chama a "morte
misericordiosa", a "morte por compaixão"? E o Estado fica com
mais um encargo: dar a morte?
(texto aqui na íntegra)
O debate sobre a eutanásia é também o tema da crónica de Paulo Terroso
no Igreja e Média, sob o título Uma
questão de vida ou de morte:
Nos próximos tempos, com o debate
sobre a eutanásia e proximamente da barriga de aluguer (eufemisticamente
denominada de maternidade de substituição), entre rasgar as vestes e gritar
“blasfémia” ou intervenções a pedir desculpas porque Deus existe, há uma
questão que se nos impõe: o que é que andamos a fazer nestes últimos 5 anos?
Uma questão de vida ou de morte, como é fácil de entender.
(texto aqui na íntegra)
Sexta-feira, no CM, Fernando
Calado Rodrigues escrevia sobre Dinheiro sujo:
Na última audiência o Papa apontou
o dedo aos que, para sossegarem a sua consciência pesada, fazem consideráveis
doações à Igreja. Dinheiro manchado pelo “sangue de tanta gente explorada,
maltratada, escravizada pelo trabalho mal pago”. A esses ele diz: “O Povo de
Deus –quer dizer, a Igreja – não precisa do dinheiro sujo, precisa de corações
abertos à misericórdia de Deus”. Ou seja, precisa de homens e de mulheres que
aproveitem este Ano Jubilar da Misericórdia, se arrependam do seu proceder,
acolham o perdão de Deus pelos seus atos e se aproximem do altar de “mãos
purificadas, evitando o mal e praticando o bem e a justiça”.
(texto aqui na íntegra)
A 20 de Fevereiro, Anselmo Borges escrevia sobre o encontro do Papa Francisco com o patriarca Cirilo, de Moscovo, o mesmo tema da crónica de frei Bento Domingues de 21 de Fevereiro. A viagem do Papa ao México foi ainda o tema da crónica de frei Bento
Domingues de Domingo passado e também do artigo de Fernando Calado Rodrigues de dia 19 de Fevereiro.
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