(Foto reproduzida daqui)
Mais de seis milhões
de sírios fugiram do país nos últimos sete anos. Dentro da Síria, pelo menos
6,6 milhões estão deslocados. Perante isso, o que se pode fazer? O padre Fouad Nakhaleh,
director do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS, na sigla inglesa), na Síria, sugere
o que se pode fazer: “Promover a justiça, chamar a atenção para situações de
injustiça e, na medida das capacidades de cada um, repor a justiça”.
Ghalia, muçulmana de
Damasco orgulhosa de trabalhar entre cristãos, que agora vê futuro para si em Portugal,
explica que quando a ajudaram ganhou mais forças para ajudar os outros. E no
momento em que a palavra “sírio” se tornou para tantos um símbolo de “radical”,
lembra que “as pessoas, lá e cá, precisam de ser defendidas”. “Falem, falem em
nossa defesa”, pede. Ajudar é também nunca, nunca “esquecer a Síria”.
O padre Fouad não
estava preparado para a guerra, como nenhum outro sírio. Agora, enquanto
responsável do JRS na Síria, não desiste da paz. E sublinha que os sírios não
desistiram, ainda, da hospitalidade: “Hospitalidade e dignidade. Os sírios
mantiveram a capacidade de expressar o seu ‘obrigado’ com muito pouco.” E recorda
uma história, de 2013: “Organizámos uma distribuição para 3000 pessoas e era
estilo supermercado, elas entravam e escolhiam o que queriam”, conta. “No dia
seguinte, uma senhora voltou com a sua família e trouxe-nos um pequeno bolo.
Era mesmo pequeno [e mostra o tamanho formando um círculo com as mãos]. ‘É isto
que eu tenho’, disse. Éramos 100 voluntários mas fizemos uma grande festa com
este bolo”, diz, emocionado com as suas memórias.
(excertos de uma
reportagem de Sofia Lorena no Público,
que pode ser lida na íntegra aqui)
(Aqui também, pode ser lido um
texto sobre Nouar Machlah, o jovem sírio que se reviu na imagem de Cavani ajudado
por Ronaldo. Nouar vive em Évora, depois de ter fugido à guerra na Síria natal.
Agarrou uma bolsa da plataforma de Jorge Sampaio para formar líderes e agora
quer recompensar Portugal pelo que lhe deu...)
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