Entrevista ao bispo Carlos
Azevedo a propósito do livro “Ministros do Diabo”
D. Carlos Azevedo, fotografado no final de Julho em Santa Maria da Feira
(foto © Paulo Pimenta/Público)
Defende que o
proposto “Museu das Descobertas” deveria ter outro nome e que a Igreja faria
bem em promover um processo de reflexão que pudesse levar a pedir perdão pelas
atitudes de uma parte dos seus membros durante a guerra colonial. O bispo
Carlos Azevedo transcreve e estuda, no seu último livro, sermões de um bispo de
Coimbra em autos-da-fé da Inquisição.
O facto de viver em
Roma permitiu-lhe um acesso mais fácil aos arquivos do Vaticano. À procura de
documentos sobre o bispo João de S. José Queirós, do século XVIII, tropeçou num
texto do padre João Moutinho a criticar a Inquisição, no qual condenava os bispos
portugueses como heréticos. Agora, encontrou seis sermões do então bispo de
Coimbra, Afonso de Castelo Branco, em autos-da-fé – o único caso conhecido em
que alguém faz seis sermões em sessões do tribunal da Inquisição.
Delegado do Conselho
Pontifício da Cultura, o bispo Carlos Azevedo fala, nesta entrevista em Roma,
sobre o seu último livro: Ministros do Diabo (ed. Temas e Debates),
onde reproduz e investiga seis sermões do então bispo de Coimbra, Afonso de
Castelo Branco. E analisa o que ainda ficou nos portugueses sobre o espírito
inquisitorial: “Por vezes, vem ao de cima algum espírito de caça ao erro ou ao
mal que é típico deste espírito, em que bastava ser denunciado para ser
condenado.”
(o texto pode continuar a ser lido aqui)
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