Enzo Bianchi, fundador do mosteiro de Bose (foto reproduzida daqui)
Agenda
O humanismo trágico da razão e o humanismo redimido da
cruz. Diálogo ou disputatio? é o título do debate entre
Enzo Bianchi, monge e prior da comunidade monástica de Bose, e Massimo
Cacciari, filósofo e professor da Università Vita-Salute San Raffaele, que
decorre amanhã, quarta-feira, dia 11, às
18h, no auditório Padre José Bacelar e Oliveira (edifício antigo), da Universidade
Católica Portuguesa (UCP), em Lisboa.
O debate, em
italiano e português, com tradução simultânea e entrada livre, insere-se no
ciclo Lições (italianas) sobre os Estudos de Religião, promovido pelo CITER (Centro
de Investigação em Teologia e Estudos de Religião), da UCP.
No debate, lê-se na
página do CITER, Massimo Cacciari e Enzo Bianchi são convidados a falar de
humanidade trágica e humanidade crucificada, “perguntando-se o quão
‘sustentável' seja uma humanidade desprovida de futuro, que des-espera, ao
reconhecer a própria condição trágica, e quão o seja uma humanidade que
escandalosamente afirma poder esperar precisamente a partir da cruz, dando-se
um futuro a partir da morte”.
Figura de referência
do catolicismo italiano, Enzo Bianchi é monge secular (não ordenado), teólogo e
ensaísta. A comunidade de Bose, diz ainda o mesmo texto, propõe uma escolha de
vida cristã orientada para a radicalidade evangélica, que conjuga a tradição
monástica em chave ecuménica, acolhendo monges católicos, protestantes e
ortodoxos.
Massimo
Cacciari é professor emérito da Faculdade de Filosofia da Universidade
Vita-Salute San Raffaele, de Milão, da qual foi co-fundador e primeiro
Presidente. Foi também professor em outras faculdades, deputado ao Parlamento
Europeu e sindaco (presidente do
município) de Veneza, bem como fundador e responsável editorial de várias
revistas que marcaram a vida política, cultural e filosófica italiana entre os
anos 1960 e 1990, como Angelus Novus,
Contropiano, Laboratorio Politico, Centauro
e Paradosso.
Ambos têm dezenas de
obras publicadas. Outros elementos biográficos e sobre o tema do debate podem ser lidos aqui.
Numa entrevista que
lhe fiz em Setembro de 2006, Enzo Bianchi dizia: “É mais fácil fazer emergir a
gratuidade do evangelho, a liberdade do cristão. É necessária muita coerência,
mas a mensagem cristã é mais escutada numa sociedade laica em que o evangelho é
proposto, do que numa civilização de cristandade em que o evangelho seria
imposto. É difícil, mas é mais fecundo e dá mais frutos.” (a entrevista pode ser lida aqui)
Em Outubro de 2009,
Enzo Bianchi explicava, noutra entrevista, a relação entre a cozinha e a ética
e porque razão devem os cristãos buscar consensos nas sociedades laicizadas de
hoje.
Em Portugal, estão
publicados alguns livros de Enzo Bianchi: Para Uma Ética Partilhada (ed. Pedra Angular), A Paróquia
(Paulinas), Viver É Cristo (Paulus) e Jesus e as Mulheres.
Sem comentários:
Enviar um comentário