terça-feira, 10 de abril de 2018

Humanismo trágico da razão, humanismo redimido da cruz e um monge que gosta de cozinha porque isso tem a ver com a ética


Enzo Bianchi, fundador do mosteiro de Bose (foto reproduzida daqui)

Agenda

O humanismo trágico da razão e o humanismo redimido da cruz. Diálogo ou disputatio? é o título do debate entre Enzo Bianchi, monge e prior da comunidade monástica de Bose, e Massimo Cacciari, filósofo e professor da Università Vita-Salute San Raffaele, que decorre amanhã, quarta-feira, dia 11, às 18h, no auditório Padre José Bacelar e Oliveira (edifício antigo), da Universidade Católica Portuguesa (UCP), em Lisboa.
O debate, em italiano e português, com tradução simultânea e entrada livre, insere-se no ciclo Lições (italianas) sobre os Estudos de Religião, promovido pelo CITER (Centro de Investigação em Teologia e Estudos de Religião), da UCP.
No debate, lê-se na página do CITER, Massimo Cacciari e Enzo Bianchi são convidados a falar de humanidade trágica e humanidade crucificada, “perguntando-se o quão ‘sustentável' seja uma humanidade desprovida de futuro, que des-espera, ao reconhecer a própria condição trágica, e quão o seja uma humanidade que escandalosamente afirma poder esperar precisamente a partir da cruz, dando-se um futuro a partir da morte”. 
Figura de referência do catolicismo italiano, Enzo Bianchi é monge secular (não ordenado), teólogo e ensaísta. A comunidade de Bose, diz ainda o mesmo texto, propõe uma escolha de vida cristã orientada para a radicalidade evangélica, que conjuga a tradição monástica em chave ecuménica, acolhendo monges católicos, protestantes e ortodoxos.
Massimo Cacciari é professor emérito da Faculdade de Filosofia da Universidade Vita-Salute San Raffaele, de Milão, da qual foi co-fundador e primeiro Presidente. Foi também professor em outras faculdades, deputado ao Parlamento Europeu e sindaco (presidente do município) de Veneza, bem como fundador e responsável editorial de várias revistas que marcaram a vida política, cultural e filosófica italiana entre os anos 1960 e 1990, como Angelus Novus, Contropiano, Laboratorio Politico, Centauro e Paradosso.
Ambos têm dezenas de obras publicadas. Outros elementos biográficos e  sobre o tema do debate podem ser lidos aqui.
Numa entrevista que lhe fiz em Setembro de 2006, Enzo Bianchi dizia: “É mais fácil fazer emergir a gratuidade do evangelho, a liberdade do cristão. É necessária muita coerência, mas a mensagem cristã é mais escutada numa sociedade laica em que o evangelho é proposto, do que numa civilização de cristandade em que o evangelho seria imposto. É difícil, mas é mais fecundo e dá mais frutos.” (a entrevista pode ser lida aqui)
Em Outubro de 2009, Enzo Bianchi explicava, noutra entrevista, a relação entre a cozinha e a ética e porque razão devem os cristãos buscar consensos nas sociedades laicizadas de hoje.
Em Portugal, estão publicados alguns livros de Enzo Bianchi: Para Uma Ética Partilhada (ed. Pedra Angular), A Paróquia (Paulinas), Viver É Cristo (Paulus) e Jesus e as Mulheres

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