segunda-feira, 30 de abril de 2018

Impertinências e permanências


Na sua crónica deste Domingo, no Público, frei Bento Domingues escreve sobre A impertinência da evangelização:

Não podemos esquecer a impertinência do Evangelho de Jesus Cristo. Se tivesse sido mais acomodado podia ter tido uma carreira brilhante. O diabo do poder de dominação económica, política e religiosa bem o tentou e o Nazareno não tinha o fascínio de João Baptista pela austeridade. Ele gostava da vida. Tinha o defeito de não suportar ver uns à mesa e outros à porta; uns como povo de Deus e outros não se sabe de quem; uns classificados, à partida, como santos e outros como pecadores; uns privilegiados porque eram homens e outras marginalizadas porque eram mulheres.
Tinha a impertinência de gostar da vida para todos, desenvolvendo as potencialidades humanas e os talentos, sem discutir se estavam bem ou mal distribuídos. Tinha ainda um outro defeito: detestava a ganância e o carreirismo. Os discípulos que escolheu andavam sempre a perguntar-lhe o que ganhavam na sua companhia e o lugar que lhes estava destinado. Um dia teve de pôr tudo em pratos limpos, mas sem grande sucesso.
(O texto pode ser lido aqui na íntegra)

Comentando os textos da liturgia católica do mesmo Domingo, Vítor Gonçalves escreve sobre Permanecer:

“Estar ligado” ou “estar conectado”: poderiam ser estas palavras actuais a tradução do convite de Jesus, no evangelho da videira e dos ramos? As novas tecnologias, com as suas luzes e sombras, e a possibilidade de ligação ao mundo na ponta dos dedos exprimirão a simbologia daquela imagem: “Eu sou a videira e vós os ramos!”? Não repararam já como o telemóvel parece um prolongamento da mão para tantas pessoas com que nos cruzamos?
(O texto pode ser lido aqui na íntegrailustração de Bernadette Lopez, Berna, reproduzida daqui)


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