Crónicas
O comentário de Vítor Gonçalves aos textos da liturgia católica deste
Domingo começa com a sugestão de um verso para uma canção, para falar depois de
“O amor e os limites”:
Da admiração por Jesus, os seus
conterrâneos passam rapidamente à rejeição. É verdade que Jesus foi exigente
com eles. Não fez ali os milagres que tinha feito em Cafarnaum e interpelou-os
com a universalidade do amor de Deus que ultrapassa as fronteiras de Israel.
Recusou a “facilidade” de uma fé “milagreira”, que só funciona com o extraordinário,
em vez de se maravilhar com a vida transformada. Propôs-lhes a adesão a um amor
mas limitou-lhes a sede de milagres. Quando descobriremos que o seu amor é o
maior dos milagres, a vida plena sem limites? Em dia de sábado, na terra que o
viu crescer, nada fez, senão apresentar-se como Salvador; como nada fará na
cruz nem no sábado do sepulcro. Por isso em Nazaré, como no calvário, é levado
ao cimo da colina, num ambiente que respira ódio e morte. Mas, em tom de
ressurreição, passa pelo meio deles e segue o seu caminho.
(texto aqui na íntegra)
Hoje, na página da Rádio
Renascença, Manuel Pinto escreve sobre Spotlight,
um caso que já deu frutos, a propósito do filme em exibição:
Mais do que expor os abusadores ou
as suas vítimas, esta obra de McCarthy confronta-mos com a obstinação de um
sistema clerical em silenciar e perpetuar o silêncio das vítimas e dos próprios
jornalistas. Neste sentido, sabe bem
ouvir o atual cardeal de Boston, Sean O’Malley afirmar que “os
media ajudaram a Igreja a ser um lugar mais seguro para as crianças (…)
obrigando-nos a lidar com o abuso sexual por parte do clero”.
(texto aqui na íntegra)
Na crónica de domingo, no Público, frei Bento Domingues escrevia sobre A
memória afectuosa de Deus, recordando a figura de Nuno Teotónio Pereira:
José Pedro Castanheira, na última
entrevista, perguntou-lhe: deixou de ser crente? «A certa altura, sim,
muito por causa do episódio da morte da minha mulher. Não foi imediato, mas
ficou sempre uma ferida. Depois meti-me na política e acabei por chegar à
conclusão que o sobrenatural não me dizia nada. Mas, olhando para toda a minha
vida e para a minha formação, acho que sou católico, ainda que não praticante.
Sou crente».
Santa coerência.
(texto aqui na íntegra)
Sábado, no DN, Anselmo Borges
escreve o primeiro texto com o título O grande enigma:
É possível que Deus exista, mas
também pode não existir. Ninguém pode dizer que sabe que Deus existe, mas também
ninguém pode dizer que sabe que Deus não existe. Ninguém sabe se na morte
encontramos a vida na sua plenitude em Deus ou se, pelo contrário, para cada
pessoa tudo acaba na morte. Este é o grande enigma da vida de cada homem, de
cada mulher. É o enigma da verdade metafísica última do universo: Deus como
fundamento último ou um puro mundo sem Deus?
(texto aqui na íntegra)
Sexta, no CM, Fernando Calado
Rodrigues escrevia sobre As religiões e a Paz, a propósito de dois encontros do Papa nos últimos dias:
O Jubileu da Misericórdia desafia
a Igreja a sair de si e a construir pontes de entendimento com as outras
religiões monoteístas. “A misericórdia possui uma valência que ultrapassa as
fronteiras da Igreja. Ela relaciona-nos com o judaísmo e o islamismo, que a
consideram um dos atributos mais marcantes de Deus”, escreveu o Papa Francisco
na Bula de convocação do ano jubilar.
(texto aqui na íntegra)
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