Texto de Joaquim Franco
Foto Vatican Media, reproduzida daqui
Estas reflexões têm como pano de fundo o escândalo dos abusos sexuais sobre menores e a tentativa de fragilizar o Papa por parte de sensibilidades eclesiásticas que se lhe têm oposto.
Apesar da polémica das últimas semanas, os casos de abusos registados na Igreja diminuíram de forma acentuada nos últimos 15 anos, em consequência das medidas de resposta elaboradas pela Santa Sé. Mas o escândalo da pedofilia na Igreja mantém-se como vulcão mediático que não adormece, revelando ainda incoerências e hesitações de vários episcopados.
Esta nova crise vem bloquear o pontificado ou pode transformar-se numa oportunidade para a Igreja Católica concretizar reformas, dando seguimento a expectativas criadas com a eleição de Jorge Mario Bergoglio?
Nestes textos, começam por analisar-se as questões da justiça, moral e papel dos média. No segundo, apontam-se as oportunidades de reforma e a denúncia de um clericalismo “que leva a silenciamentos, à ignorância, à elitização com «comunidades, planos, ênfases teológicas, espiritualidades e estruturas sem raízes, sem memória, sem rostos, sem corpos, enfim, sem vidas»”.
A pergunta seguinte é: Como dizer este pontificado? Olha-se para as clivagens e para “um cisma que começou mudo, e, como no cinema, já passou à fase colorida dos efeitos especiais e das fakenews”. E fala-se da “revolução imparável” proposta pelo Papa Francisco e da valorização da consciência.
Depois, trata-se do foco em que o Papa pretende colocar a Igreja: o evangelho. E que pressupõe dois caminhos: misericórdia/inclusão e discernimento/valorização da consciência. Finalmente, trata-se dos silêncios que revelam e do tempo de/segundo Bergoglio.