Hildegarda
de Bingen, a monja medieval, é uma descoberta recente. Além de abadessa do
mosteiro de Rupertsberg, ela foi escritora, compositora, terapeuta, botânica,
pintora e poetisa, entre vários outros atributos. Uma das mais importantes
místicas da história da Igreja, Hildegarda foi proclamada doutora da Igreja, há
um ano, em Outubro de 2012, pelo Papa Bento XVI, tendo em conta também o seu
pensamento filosófico e teológico, bem como os caminhos imensos que ela rasgou
num tempo em que, às mulheres, estava destinada uma vida de segunda categoria.
Um
dos “génios universais da história ocidental”, como se diz na apresentação deste
disco, que se confrontou mesmo com bispos e o próprio Papa. Também na música, o
legado de Hildegarda de Bingen é uma das descobertas das últimas duas ou três
décadas. Reconhecidas como de grande qualidade, as suas quase oitenta composições
– entre as quais o Ordo Virtutum – têm
sido gravadas por dezenas de grupos e intérpretes a partir dos manuscritos
conhecidos.
Neste
disco, a voz transparente e límpida de Catheryne Braslavsky, os instrumentos
tocados por Joseph Rowe e os arranjos musicais de ambos dão neste disco, à
música de Hildegarda, um toque original – por exemplo, em peças como O Ignis
Spiritus, Ave generosa ou O Jerusalem, entre outras – onde não faltam cordas e percussões tibetanas
e africanas, que ajudam a sublinhar as melodias desenhadas e moduladas pela
voz.
Título:
Hildegard von Bingen – Le mariage du ciel et de la terre
Intérpretes:
Catherine Braslavsky e Joseph Rowe
Edição:
Jade
(texto publicado n'O Mensageiro de Santo António, de Novembro 2013)
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