terça-feira, 5 de novembro de 2013

Entre a vida e a morte, aprender a cuidar

Crónicas

Nas crónicas do último fim-de-semana, a morte, o feriado de Todos os Santos e o cuidado com a vida e a fragilidade da existência foram o tema comum a alguns dos textos. No Expresso/Revista de sábado, José Tolentino Mendonça escrevia sob o título Aprender a morrer:

Temos de aprender a estar com os outros quando chegar o seu momento, desenvolvendo capacidades até então negligenciadas. Temos de aprender a cuidar da dor e a minorá-la, mas não só com comprimidos: também com o coração, com a presença, com os gestos silenciosos, o respeito, com uma expectativa de coragem. Os doentes não estão à procura de indulgência. Temos de aprender a embalar a fragilidade, a dos outros e a nossa própria, ajudar cada um a reencontrar-se com as coisas e com as memórias certas, a não desesperar, a encontrar um fio de sentido no que está a viver, por ínfimo e trémulo que seja. Temos de aprender a ser suporte, temos de querer eficiência técnica mas também compaixão, temos de reconhecer o valor de um sorriso, ainda que imperfeito, em certas horas extremas. À beira do fim há sempre tanta coisa que começa.

O texto completo pode ser lido aqui

Também no sábado, no DN, Anselmo Borges dedicava a sua crónica a’Os dias da memória e da interrogação, que a suspensão do feriado de dia 1 de Novembro colocou em questão:

Mas até a Igreja Católica, na negociação dos feriados, preferiu a Senhora da Assunção aos dias de Todos-os-Santos e dos Finados. Um erro. De facto, estes são os dias da memória (lembrar todos os que partiram) e da interrogação essencial: o que é o homem?, viver para quê?, qual o sentido da existência? Nestas perguntas, transcende-se a morte como facto biológico e abre-se outra dimensão.

(Texto integral para ler aqui)

Na véspera, no Correio da Manhã, Fernando Calado Rodrigues escrevia especificamente sobre a suspensão do feriado, para defender que ela pode até trazer possibilidades de uma acção renovada:

Duvida-se, valha a verdade, dos benefícios que possam advir para a economia do país da supressão de um feriado. Mas, pelo menos, a Igreja Católica ganhou com a purificação do dia de Todos os Santos do contágio dos sentimentos próprios do dia de Fiéis Defuntos.

(texto para ler aqui)


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