Crónicas
Nas
crónicas do último fim-de-semana, a morte, o feriado de Todos os Santos e o
cuidado com a vida e a fragilidade da existência foram o tema comum a alguns dos
textos. No Expresso/Revista de sábado, José Tolentino Mendonça escrevia sob o
título Aprender a morrer:
Temos
de aprender a estar com os outros quando chegar o seu momento, desenvolvendo
capacidades até então negligenciadas. Temos de aprender a cuidar da dor e a
minorá-la, mas não só com comprimidos: também com o coração, com a presença,
com os gestos silenciosos, o respeito, com uma expectativa de coragem. Os
doentes não estão à procura de indulgência. Temos de aprender a embalar a
fragilidade, a dos outros e a nossa própria, ajudar cada um a reencontrar-se
com as coisas e com as memórias certas, a não desesperar, a encontrar um fio de
sentido no que está a viver, por ínfimo e trémulo que seja. Temos de aprender a
ser suporte, temos de querer eficiência técnica mas também compaixão, temos de
reconhecer o valor de um sorriso, ainda que imperfeito, em certas horas
extremas. À beira do fim há sempre tanta coisa que começa.
O
texto completo pode ser lido aqui
Também
no sábado, no DN, Anselmo Borges dedicava a sua crónica a’Os dias da memória e
da interrogação, que a suspensão do feriado de dia 1 de Novembro colocou em
questão:
Mas até a Igreja Católica, na
negociação dos feriados, preferiu a Senhora da Assunção aos dias de
Todos-os-Santos e dos Finados. Um erro. De facto, estes são os dias da memória
(lembrar todos os que partiram) e da interrogação essencial: o que é o homem?,
viver para quê?, qual o sentido da existência? Nestas perguntas, transcende-se
a morte como facto biológico e abre-se outra dimensão.
(Texto
integral para ler aqui)
Na
véspera, no Correio da Manhã, Fernando Calado Rodrigues escrevia especificamente
sobre a suspensão do feriado, para defender que ela pode até trazer possibilidades
de uma acção renovada:
Duvida-se, valha a
verdade, dos benefícios que possam advir para a economia do país da supressão
de um feriado. Mas, pelo menos, a Igreja Católica ganhou com a purificação do
dia de Todos os Santos do contágio dos sentimentos próprios do dia de Fiéis
Defuntos.
(texto
para ler aqui)
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