Está em marcha a preparação da sessão extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a família, que decorrerá em Outubro de 2014. É conhecido que o documento de preparação propõe um questionário de 39 perguntas sobre a doutrina católica acerca da família, a sua prática e a atitude pastoral que a Igreja deve ter em relação às novas realidades que atravessam a instituição familiar.
Tal método não é novo, pois cada sínodo dos bispos tem sempre um documento preparatório, que se destina ao trabalho das comunidades católicas locais – mas que muitas vezes é ignorado ou dado para resposta apenas a alguns especialistas ou líderes de comunidades. Verdadeiramente novas são as expectativas criadas, desta vez, pelo documento, como também a própria dinâmica proposta pelo Papa Francisco e pelo Vaticano, conforme se infere da introdução do texto. Em vários comentários já surgidos, percebe-se aliás a tensão que este questionário está a provocar, com pessoas a dizer que apenas se pretende avaliar o conhecimento dos católicos acerca da doutrina enquanto outros destacam o desejo de que muitos crentes participem. Não por acaso, várias conferências episcopais colocaram já o questionário online, abrindo a possibilidade de que todos os interessados possam responder – incluindo, pelos vistos, pessoas de boa vontade que, sensíveis aos valores cristãos, queiram também participar.
Este será, como se lê no texto, “um itinerário de trabalho em duas etapas: a primeira, a Assembleia Geral Extraordinária de 2014, destinada a especificar o ‘status quaestionis’ e a recolher testemunhos e propostas dos Bispos para anunciar e viver de maneira fidedigna o Evangelho para a família; a segunda, a Assembleia Geral Ordinária de 2015, em ordem a procurar linhas de ação para a pastoral da pessoa humana e da família”.
É certo que o inquérito propõe perguntas de diferentes âmbitos. Algumas são apenas de mera recolha de informação (por exemplo quando se pretende saber se há uma lei civil de reconhecimento das uniões de pessoas do mesmo sexo, equiparadas de alguma forma ao matrimónio); outras são claramente mais dirigidas a responsáveis de comunidades católicas (por exemplo, quando se pergunta: “Com que atitude os pais se dirigem à Igreja? O que pedem? Somente os sacramentos, ou inclusive a catequese e o ensino da religião em geral?”). E também há perguntas onde se pedem números e dados estatísticos.
Por estas razões, cada interessado/a pode centrar-se, nas suas respostas, naqueles aspectos a que está mais sensível e que considere carecer de intervenção. Porque, independentemente da diversidade de âmbitos e dessas pequenas fragilidades de arrumação, esta é uma oportunidade que não deve ser descurada por quem defende uma maior participação na vida da Igreja.
Nesse sentido, RELIGIONLINE propõe a todos os interessados que possam responder ao inquérito. Os responsáveis deste blogue comprometem-se a fazer chegar todas as respostas recebidas através deste meio à Conferência Episcopal Portuguesa, ao cardeal Péter Erdõ, relator da assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, e aos bispos Lorenzo Baldasseri e Bruno Forte, respectivamente secretário-geral do Sínodo e secretário especial da assembleia de 2014, e ainda à Nunciatura da Santa Sé em Lisboa.
Curtas indicações práticas: (1) no início, acrescentámos alguns dados de identificação, que sugerimos sejam também respondidos; (2) cada resposta tem espaço suficiente para textos longos, mas será bom que as respostas sejam tão sucintas quanto possível; (3) no final do inquérito, há uma caixa com indicação "enviar", que remete as respostas directamente para um mail deste blogue; (4) as respostas devem ser dadas até final de Dezembro.
(foto reproduzida daqui)
3 comentários:
Obrigada, António. Queria mesmo responder a este inquérito
Caro António Marujo
Parabéns pela iniciativa
Pe. Luís Marinho
Apesar de o texto de apresentação ser assinado por mim, ele é colectivo e nasceu também, tal como a iniciativa, os outros responsáveis do blogue: Joaquim Franco e Manuel Pinto.
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