segunda-feira, 11 de maio de 2015

Cem anos do irmão Roger, 75 anos de Taizé: a urgência do ecumenismo e da reconciliação


O irmão Roger com um grupo de crianças 
(foto reproduzida daqui)

Passam amanhã, dia 12 de Maio, 100 anos sobre a data de nascimento de Roger Schutz, fundador e primeiro prior de Taizé. Para assinalar a data, a comunidade promoveu ontem, domingo, uma celebração para a qual convidou as pessoas da região da Borgonha, em que Taizé se situa, como noticiou o jornal La Croix.
Amanhã, terça-feira, em Lisboa, uma oração com cânticos de Taizé assinala o dia do aniversário do irmão Roger. Na igreja do Convento de São Domingos, em Benfica (Rua João Freitas Branco, 12), a partir das 21h30, a iniciativa prevê ainda a recolha de bens alimentares não perecíveis, roupa ou donativos, que serão recolhidos pela Cáritas Diocesana, para acorrer a famílias e pessoas mais necessitadas.
Em comunhão com a comunidade de Taizé e milhares de outros jovens por todo o mundo, que esta semana se reunirão em encontros semelhantes, a oração evocará a memória do irmão Roger, em acção de graças pela sua vida. O calendário das celebrações em Portugal pode ver-se aqui.
Para a vigília de oração, a comunidade sugeriu mesmo um pequeno guião, que pode ser encontrado também aqui, no site de Taizé na internet.
Este ano de 2015 será vivido sob o signo da “nova solidariedade”, como etapa culminante de um processo de três anos, em que Taizé propôs uma reflexão que levasse a novas iniciativas nesse campo. Várias iniciativas assinalam em Taizé o centenário do irmão Roger, bem como os 75 anos da sua chegada a Taizé (Agosto de 1940) e os dez anos da morte (Agosto de 2005). Uma das ideias no campo da “nova solidariedade” foi a experiência das pequenas fraternidades provisórias – duas das quais estiveram no Porto e em Bragança, no Verão passado. Ou seja, um pequeno grupo de jovens ou jovens adultos que, durante cerca de um mês, partilham a vida de uma comunidade local e ajudam nas suas necessidades.
Em entrevista à revista espanhola Vida Nueva, o irmão Aloïs, actual prior de Taizé, diz a propósito: “Cristo introduziu uma nova solidariedade na humanidade. Deu a sua própria vida para reunir a todos os humanos numa única comunhão. Queremos tomar mais a sério esse dom de Cristo e ser coerentes com isso. O irmão Roger inspira-nos nesse tema da nova solidariedade. Para ele, a fé, a confiança em Deus, estava muito ligada à solidariedade com os demais. Era um apaixonado da ideia de sair ao encontro dos demais, especialmente de quem sofre.
O prior de Taizé acrescenta depois que “é urgente ir mais longe no ecumenismo”. E afirma: “Em Cristo já existe uma comunhão, já estamos unidos pelo baptismo; mas não lhe damos suficiente espaço. Por isso quiséramos fazer propostas concretas para ‘viver sob o mesmo tecto, como aqui, em Taizé.” E pergunta ainda: “Não seria possível que, nas nossas cidades, a catedral ou a igreja principal fosse o lugar onde todos os cristãos possam rezar juntos?”
(um excerto da entrevista pode ser lido aquia versão integral está acessível apenas a assinantes da versão digital da revista; memórias do irmão Roger e uma conversa sobre Taizé podem ser também escutadas numa entrevista, aqui, de Jaime Bacharel, irmão do único membro português da comunidade, o irmão David)

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