Virgem navajo e Menino, da autoria do padre John Giuliani,
um dos postais do álbum de Manuel Pinto
Maio é, no catolicismo, mês
consagrado à figura de Maria. Dizia Santa Teresa de Lisieux (do Menino Jesus).
“Para que um sermão sobre a Santa Virgem dê frutos, é necessário que ele mostre
a sua vida real, tal como o Evangelho a deixa entrever, e não a sua vida
suposta.”
Ao longo de vinte séculos,
construiu-se à volta de Maria de Nazaré uma vida suposta que não corresponde de
facto à sua vida real. A exegese bíblica das últimas décadas tem, no entanto, ajudado
também a reconstruir a sua vida e personalidade. Mesmo se sobre ela pouco ainda
se sabe, como reconhece Jacques Duquesne, no início do livro Maria – A Verdadeira História da Mãe de
Jesus (ed. Asa): “A mulher mais célebre de toda a História do mundo surgiu
da noite, do desconhecido.”
Apesar disso, os poucos elementos
da sua vida – nomeadamente, o facto de ter sido mãe de Jesus e de o ter
acompanhado no momento da morte – fizeram dela alguém que muitas pessoas sentem
próxima. Foi isso que, ao longo dos séculos, transformou Maria de Nazaré numa
referência para milhões e milhões de cristãos.
A arte não ficou alheia a essa
veneração e ela própria ajudou a construir imagens, venerações e proximidades. Na
internet, é hoje possível descobrir muitos dos caminhos artísticos percorridos
na representação de Maria, seja através da pintura ocidental, dos ícones
orientais ou dos ex-votos e das representações populares.
Manuel Pinto, um dos autores deste
blogue, criou no Pinterest um álbum com algumas dessas representações, que pode ser visto aqui (o álbum pode ser
visto sem registo mas, se cada pessoa quiser tornar-se seguidora do álbum, terá
de fazer um registo para esse efeito).
São postais sobre o
tema de Maria com o Menino, ou grávida, nas figuras de Senhora do Ó ou Senhora
da Esperança. Nestas representações, procura-se um valor estético que
ultrapasse o mau gosto com que tantas vezes estas representações são feitas,
mas que dê também uma ideia da diversidade de olhares e da perspectiva do
tempo. Fica, por isso, o convite à contemplação artística.
Sem comentários:
Enviar um comentário