A
Comunidade Bahá’í Internacional lançou nesta quinta-feira, dia 14, uma campanha
internacional com o título Sete dias a recordar os sete líderes bahá’ís presos
no Irão há sete anos, destinada a assinalar o sétimo aniversário da detenção e
prisão de sete líderes iranianos da fé bahá’í.
Até
dia 20, os bahá’ís de todo o mundo – incluindo a Comunidade Bahá’í de Portugal –
pretendem deste modo sensibilizar para a prisão injusta dos sete líderes da
comunidade iraniana. Em cada dia, é recordado especialmente um deles: Mahvash
Sabet, Fariba Kamalabadi, Jamaloddin Khanjani, Afif Naeimi, Saeid Rezaie,
Behrouz Tavakkoli e Vahid Tizfahm.
Membros
de um grupo dissolvido pelas autoridades, conhecido como Yârân-e-Irão, ou
Amigos do Irão, os sete crentes – recorda um comunicado da comunidade
portuguesa – “permanecem presos, em condições duríssimas, em duas das prisões
mais sinistras do Irão”.
O
grupo, de acordo com a mesma fonte, actuava com o conhecimento explícito do
Governo e dedicava-se a atender as necessidades espirituais e sociais dos 300
mil membros da Comunidade Bahá'í no país.
A
detenção dos sete líderes ocorreu na madrugada de 14 de Maio de 2008. Seis
deles foram presos durante várias operações policiais em Teerão. Mahvash Sabet
teria sido detida dois meses antes, a 5 de Março.
O
comunicado da Comunidade Baha’í de Portugal recorda a semelhança destas prisões
com os acontecimentos de há 25 anos, quando os líderes bahá’ís iranianos foram
“detidos, levados e executados” sem qualquer acusação ou julgamento. Há 25 anos,
o acontecimento suscitou uma viva repulsa na comunidade internacional e entre
as organizações de defesa de direitos humanos. Com estes sete líderes, tal como
em 1990, não houve notícias do destino nem do paradeiro de qualquer um dos
sete, nem de eventuais acusações que existiriam contra eles.
A
Comunidade Bahá’í de Portugal acusa as autoridades iranianas de ter cometido
várias violações do direito internacional, quer na detenção quer no julgamento,
além de ter imposto uma “pena absurda” na sentença – ou seja, vinte anos de
prisão.
O
comunicado recorda ainda que Shirin Ebadi, fundadora do Centro de Defensores
dos Direitos Humanos e Prémio Nobel da Paz, participou nas fases iniciais da
defesa dos sete bahá'ís, mas estava fora do país na altura do julgamento. A 8
de Agosto de 2010, a activista de direitos humanos disse à BBC que estava “chocada”
com a sentença. E acrescentou, no programa de língua persa da televisão
britânica: “Eu li a página os documentos do caso, página a página, e não
encontrei nada que provasse as alegações ou qualquer outro documento que possa provar
as alegações da acusação.”
(aqui pode ler-se, em inglês, mais informação sobre o caso, bem como as biografias
de cada um dos sete líderes bahá’ís presos e o dia em que cada um deles é
recordado)
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