Na última quinta-feira, a diocese
de Coimbra publicou um comunicado no seu site, pedindo a quem tenha informações
sobre casos concretos de abusos de menores por membros do clero que denuncie
essas situações aos responsáveis diocesanos.
O caso foi contado pelo DN, que adianta que a Polícia
Judiciária iniciou entretanto uma investigação, uma vez que se trata de um
crime público (na notícia, quando se refere o caso do Fundão, deve corrigir-se
que não é da diocese de Coimbra, mas da Guarda).
No ionline conta-se também a história, referindo
mais pormenores, a partir das acusações do blogue que esteve na origem deste caso. Esse blogue aponta nomes
concretos, mas um dos visados admitiu já processar o(s) autor(es) de tal
informação, por difamação.
O comunicado foi publicado na
página da diocese de Coimbra na internet e pode ser lido aqui.
A diocese aponta a existência do
documento da Conferência Episcopal Portuguesa sobre as directrizes referentes ao tratamento dos casos de abuso sexual por membros do clero ou praticando no âmbito de pessoas jurídicas canónicas.
Nesse documento, de Abril de 2012,
o episcopado estabelece que as instituições da Igreja – nomeadamente as
dioceses – devem prestar toda a colaboração às entidades competentes, às
vítimas e suas famílias e que cada bispo deve também desencadear um processo
canónico, quando haja matéria para tal.
Se eventualmente há algum
fundamento nas acusações feitas no blogue, e porque haverá várias dioceses
envolvidas, a primeira atitude deveria ter sido que os diferentes bispos se
pusessem de acordo sobre eventuais procedimentos. Em seguida, o caso deveria
ter sido entregue às autoridades. Por isso, publiquei este sábado no Diário de
Notícias um pequeno comentário sobre o tema, defendendo que o caso deveria ter sido gerido de outra maneira - o comunicado não tem consequência concreta a não ser a de pedir que sejam comunicadas informações a quem as tenha e levantar mais suspeitas. Sob o título Bom senso, o texto pode ser lido aqui.
1 comentário:
Bom senso, é preciso, neste mas também em muitas mais situações. Algo que anda totalmente desaparecido!
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