sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Natal: Médio Oriente, guerras e refugiados - cenas de guerra em zona de paz



O Papa fez votos de que Israel e a Palestina “retomem um diálogo directo e cheguem a um acordo” de paz, superando um conflito “com graves repercussões” na região, conforme disse na sua mensagem urbi et orbi (à cidade e ao mundo) deste dia de Natal (o vídeo mostra todo o discurso do Papa e imagens da praça de São Pedro durante a alocução).
Francisco destacou os acordos alcançados em relação à Síria e à Líbia, apelou ao fim das “atrocidades” que “ceifam inúmeras vítimas, causam imensos sofrimentos e não poupam sequer o património histórico e cultural”. E recordou as vítimas de “hediondos” atentados terroristas, nomeadamente os ocorridos no Egipto, Beirute, Paris, Bamaco e Tunis, além de referir vários países em guerra situações como os cristãos perseguidos, as crianças-soldado, as mulheres vítimas de violência, as vítimas de tráfico humano e os refugiados que “fogem da miséria ou da guerra” (ver notícia mais desenvolvida aqui)

Também na sua mensagem de Natal, o patriarca de Lisboa referiu a questão dos refugiados como “um problema estrutural” que as sociedades europeias devem resolver através de um empenhamento solidário no acolhimento.

Em Lesbos, uma das ilhas gregas que é actualmente um dos portos de chegada de milhares de refugiados, o fotógrafo Aris Messinis fez uma reportagem sobre os que chegam à ilha (incluindo alguns que chegam já cadáveres).
“O que me choca mais nesta cobertura é de me dizer que não estou em zona de guerra. Que se trabalha em zona de paz. Mas as emoções que passam pela minha objectiva são dignas de uma cena de guerra”, escreve, na apresentação da reportagem “Cenas de guerra em zona de paz.
O fotógrafo acrescenta: “Trabalhei na Síria e na Líbia. Conheço o que é fotografar a guerra. Quando vamos a esses sítios, esperamos esse tipo de cenas. Mas não em Lesbos. Em Lesbos, o sofrimento humano não difere daquele com que nos cruzamos numa guerra. Saber que não é o caso torna as coisas mais emocionais. E muito mais dolorosas.”
A reportagem de Messinis, que inclui a foto que se reproduz abaixo, pode ser vista aqui.



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O pequeno Aylan na manjedoura do presépio - crónica de Manuel Pinto


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