Será a primeira vez que a
comunidade promove um grande encontro numa república ex-soviética
O irmão Aloïs, de Taizé, ladeado pelos arcebispos luterano (à esqª) e católico de Riga, quarta à noite, depois de anunciar a cidade que acolherá o próximo encontro europeu de jovens
Do Mediterrâneo para o Báltico, do
Sul para o Norte, de Valência (Espanha) para Riga, capital da Letónia. Pela
primeira vez, um encontro europeu de jovens, da peregrinação de confiança
através da terra, promovido pela comunidade monástica ecuménica de Taizé
(França) decorrerá numa ex-república soviética e num país báltico.
O anúncio foi feito pelo irmão Aloïs,
prior de Taizé. Primeiro numa conferência de imprensa, depois na oração do
final da tarde de ontem, em Valência.
Um aplauso enorme acolheu a decisão
da comunidade monástica ecuménica, numa das duas enormes tendas de oração montadas
no jardim do Turia, no centro de Valência.
“Da costa do Mediterrâneo iremos à
costa do Báltico”, disse o irmão Aloïs, anunciando que Riga será a próxima cidade
que acolherá o encontro. Presentes na oração, acompanhando a divulgação da
notícia, estavam os arcebispos luterano e católico, respectivamente Janis
Vanags e Zbignevs Stankevics.
Já à tarde, na conferência de
imprensa em que informou os jornalistas, o prior de Taizé estava com os dois
responsáveis, que representam as maiores igrejas cristãs do país e onde o
diálogo ecuménico é muito forte.
“Fui consagrado na catedral luterana, do
arcebispo Vanags, e isso diz tudo sobre a nossa colaboração” ecuménica, entre
as diferentes igrejas, afirmou o arcebispo católico Stankevics, durante a
conferência de imprensa.
No final da oração da noite,
depois do anúncio, o arcebispo católico acrescentou: “O meu irmão e amigo
[arcebispo Vanags] concordámos em convidar-vos, e aos vossos amigos, a vir ter
connosco à Letónia.”
“Será uma grande alegria podermos
partilhar as nossas experiências com a vossa riqueza e as vossas tradições”,
acrescentou o arcebispo luterano Vanags.
O encontro decorrerá, tal como
este ano em Valência, entre 28 de Dezembro e 1 de Janeiro.
“Estamos muito felizes e excitados
com a notícia”, disse ao Religionline Kristine Zaunzene, de 33 anos,
advogada de profissão, e luterana. “Já tivemos um pequeno encontro em 2014 e
esta será uma nova ocasião de podermos acolher pessoas de diferentes culturas,
igrejas e tradições e partilhar experiências sobre questões como a dos
refugiados.”
Momentos antes, na oração, o irmão
Aloïs recordou a sua presença em Homs, na Síria, na semana passada. Tendo
passado o Natal na cidade destruída, o prior de Taizé disse que “a fraternidade
é o único caminho para preparar um futuro de paz”. E perguntou: “Como podemos
contribuir para este novo rosto que os imigrantes dão às nossas sociedades?”
Para Kristine, o encontro de Riga
será importante “para testemunhar que é possível construir a paz, entre
ucranianos, russos, bielorussos ou escandinavos e outros europeus”. Ou para
perceber que, em questões como a do acolhimento a refugiados, os medos deixam
de ter razão de ser quando se conhecem as pessoas.
“Também entre católicos, ortodoxos
e protestantes gostamos muito de falar do ecumenismo, mas quando preparamos
alguma coisa juntos é que percebemos melhor o que temos em comum”, acrescenta a
jovem advogada.
Na oração desta noite, estavam
presentes, além do arcebispo de Valência, vários responsáveis de diferentes
igrejas cristãs da Comunidade Valenciana e de Espanha.
Também participaram na oração os
novos arcebispos de Madrid (que estava em Valência até há pouco mais de um
ano), Carlos Osoro, e José Omella, de Barcelona, bem como o presidente da
Conferência Episcopal Espanhola, Ricardo Blázquez.
Texto anterior no blogue
A revolução franciscana (2) - Os sapatos do Papa contra o suicídio
Texto anterior sobre o encontro de Taizé em Valência
Pessoas muito diferentes, que conseguem viver juntas - testemunho sobre Taizé e o encontro de Valência
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