quinta-feira, 25 de julho de 2013

Francisco e a teologia da bagagem de mão


Por Enzo Bianchi
Agência ANSA, 22.7.2013

Muitos estão falando de novo de "primavera da Igreja", inaugurada pelo Papa Francisco. Quem viveu a primavera anunciada por Pio XII em maio de 1958 e inaugurada pelo Papa João XXIII e pelo Concílio Vaticano II, não esperava mais uma nova estação rica em esperança e aberturas. Principalmente depois das duas últimas décadas.

E ao invés? Isso também deve ser reconhecido: o Papa Francisco acendeu nos corações uma expectativa, esperanças de uma Igreja que se renova, que continua a sua incessante reforma. Esse juízo positivo e acima de tudo essa expectativa dependem de algumas palavras e de alguns gestos: como os feitos nessa segunda-feira, que nos mostram pela primeira vez um papa subindo a escada do avião carregando nas mãos a sua maleta, sem confiá-la aos seus colaboradores.

Como se Francisco dissesse: ninguém deve portar um peso no meu lugar. E depois, tendo aterrissado no Brasil, subiu em um pequeno carro, um Fiat Idea, que era o menor carro do cortejo. Comecemos, portanto, pelos gestos. Em quatro meses, não podem ser muitos, mesmo que aqueles poucos tenha sido imediatamente relatados como "os floreios do Papa Francisco", por serem simples, eloquentes e também singulares, como as do Pobrezinho de Assis. Eleito papa no dia 13 de março, Francisco se assomou à Praça de São Pedro e, antes de conceder a bênção apostólica ao povo, pediu que o povo invocasse para ele a bênção de Deus e se inclinou em um silêncio de adoração a Deus, de oração a Deus, mas também de profunda comunhão.

Essa ação de Francisco, que surpreendeu e tocou os corações daqueles que no mundo queriam conhecer a identidade do novo papa, deve ser avaliada em si mesma, como um gesto seu, pessoal, que pertence ao seu estilo no exercício do ministério pastoral. Sim, com o Papa Francisco sentiu-se "algo de novo hoje debaixo do sol" (Giovanni Pascoli)... E assim, sem aumentar, mas também sem esquecer tal ato, é preciso contar a sua vontade de simplicidade, da qual os crentes tinham nostalgia desde a morte do Papa João XXIII. (...)

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(Texto original publicado no jornal italiano La Repubblica e traduzido por Moisés Sbardelotto na newsletter do Instituto Humanitas Unisinos).

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