A
democracia é uma terra para todos e a Igreja deve ser uma casa aberta onde
todos possam entrar. No momento em que o novo patriarca dá entrada oficial na
diocese de Lisboa, são publicadas várias entrevistas de D. Manuel Clemente. Uma
delas (na realidade, um conjunto de três entrevistas em momentos diferentes) é
editada sob a forma de livro, cuja edição será apresentada esta terça-feira, a
partir das 19h, na Fnac Chiado, em Lisboa (ver convite na ilustração, que pode ser ampliado clicando na imagem). As outras surgem no DN, no i e na Renascença (além de uma outra que tinha sido recuperada neste blogue no momento da sua nomeação como patriarca de Lisboa)
Na
entrevista dada ao DN de sexta-feira (disponível apenas no jornal em papel ou
para os assinantes da edição electrónica), D. Manuel Clemente fala dos aplausos
de que os políticos foram alvo nos Jerónimos – “esse tipo de manifestações não
é para os templos (...). Mas aplaudiram, outras se calhar não aplaudiriam” – e
do modo como Igreja e Estado podem relacionar-se.
A
democracia, diz o novo patriarca, é “uma terra de todos e para todos e de
responsabilidades partilhadas”. E acrescenta: “Creio que não há católico
convicto que tenha uma visão das coisas segundo os princípios do Evangelho e da
doutrina social da Igreja, que não queira seriedade, solidariedade, justiça,
repartição, partilha, proximidade.”
Sobre
a Igreja e a sua missão, diz o patriarca que o cristianismo é caracterizado por
um “ritmo comunitário”. Refazer esse ritmo “é um dos grandes desafios” da
pastoral católica deste tempo.
“O
Cristianismo propõe uma comunidade, e não há experiência cristã que não seja
comunitária.” Uma comunidade, acrescenta, “onde as pessoas se interessem umas
pelas outras, (...) sem que ninguém fique de fora.” Porque “a melhor apologia
de uma sociedade justa é a justiça com que os cristãos vivem entre si e com
todos os que os rodeiam”.
Num
retrato onde casa a sua personalidade e a visão sobre o mundo e a Igreja,
Manuel Clemente diz que as comunidades cristãs devem ser “lugares de
acolhimento e de missão, onde as pessoas (...) sejam acolhidas”. Cada
comunidade cristã, afirma ainda, deve ser transformada “numa casa e escola de
comunhão”.
“Somos
pessoas. E não há duas exactamente iguais, a não ser na sua dignidade comum”,
diz D. Manuel. E é no “serviço da pessoa humana” que todos, crentes e
não-crentes, se devem encontrar.
Na entrevista ao i deste fim-de-semana, onde também fala do momento da vida portuguesa, D. Manuel admite a hipótese de reorganizar paróquias e estruturas e, sobretudo, de articular dinâmicas pastorais com a diocese de Setúbal, de onde provêem muitos crentes que trabalham ou fazem a sua vida na área do patriarcado. Um texto a ler, com vários pontos de interesse.
Na entrevista ao i deste fim-de-semana, onde também fala do momento da vida portuguesa, D. Manuel admite a hipótese de reorganizar paróquias e estruturas e, sobretudo, de articular dinâmicas pastorais com a diocese de Setúbal, de onde provêem muitos crentes que trabalham ou fazem a sua vida na área do patriarcado. Um texto a ler, com vários pontos de interesse.
Na RR, no próprio dia da sua posse, o patriarca insiste
em algumas destas ideias. Falando sobre os debates que atravessam sociedades
como a portuguesa, D. Manuel diz que devemos “partir de um princípio que é o de
que a generalidade dos seres humanos não tem má vontade”. Ou seja, os cristãos
devem ter disponibilidade para escutar outras argumentações, porque há
disponibilidade para aprender.
A
entrevista à Renascença, onde o patriarca fala também da relação entre
modernidade e cristianismo, da questão prioritária do emprego e da missão da
Igreja, pode ser ouvida aqui.
Quando foi conhecida a nomeação para patriarca de Lisboa, o RELIGIONLINE publicou uma outra entrevista de D. Manuel Clemente, que pode ser lida aqui.
Quando foi conhecida a nomeação para patriarca de Lisboa, o RELIGIONLINE publicou uma outra entrevista de D. Manuel Clemente, que pode ser lida aqui.
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