Crónicas
Nas suas duas últimas crónicas no DN, Anselmo
Borges escreve sobre o efeito do discurso e acção do Papa. Na semana passada, começou
por referir “O que dizem de Francisco”:
Aos 77 anos, tem inquestionavelmente
isso que os profissionais norte--americanos das relações públicas chamam o star power. Fala muito e livre. Beija,
acaricia, diz piadas, escreve cartas, chama ao telefone, tuíta, o mais importante, surpreende." Nenhum tema o assusta.
"Será Francisco o Papa do renascimento da comunidade católica?" O
famoso escritor Umberto Eco definiu-o como "o Papa da globalização",
dizendo numa entrevista: "Estou convencido de que Francisco está a
representar um facto absolutamente novo na história da Igreja e, talvez, na
história do mundo." Como semiólogo, considera que "é um homem
moderno, é o Papa da internet". O Papa Francisco levará a bom termo o seu
desígnio?
Neste
sábado, o título era “Francisco e Obama”:
O
efeito Francisco é inegável. Está aí a sua imensa influência nos média. Tem 11
milhões de seguidores no Twitter. Foi considerado a personalidade do ano 2013.
Granjeou empatia, simpatia e admiração global. A prática religiosa tem
aumentado. E a razão é simples: tomou a sério o Evangelho.
Mas
não se pode ser ingénuo. Encontrará muitas resistências dentro e fora da
Igreja. Sobretudo dentro, correndo o risco de, como Obama, cuja popularidade
desceu, ver em parte bloqueada a sua revolução pacífica. É o que aconteceria se
não conseguisse uma nova Constituição para a Igreja, uma profunda e rápida
transformação da Cúria, transparência plena no Banco do Vaticano.
Mas há
razões para uma esperança fundada. Rodeou-se do G8 cardinalício e quer
rapidamente reformar a Cúria. Francisco faz a síntese de franciscano e de
jesuíta. Ele é cristão franciscano, com formação de jesuíta para uma estratégia
na eficácia.
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