Crónica
(foto reproduzida daqui) |
No Público, Esther
Mucznik escreveu ontem, a propósito do Dia Internacional de Memória das Vítimas do
Holocausto:
Em
Auschwitz-Birkenau foram assassinados 1,1 milhão de judeus, 70 a 75 mil
polacos, 15 mil prisioneiros de guerra soviéticos, 21 mil ciganos e cerca de 10
mil prisioneiros de origem diversa. Mas estes números, relativos apenas ao
complexo de Auschwitz-Birkenau, estão longe de contar o imenso sofrimento de
seres humanos a quem, antes da morte com o gás, a tiro ou na mesa de operações,
despojaram de tudo aquilo que fazia a sua humanidade: família, pátria, língua,
nome, integridade física e psicológica…
Para quê lembrar
tudo isto, para quê um Dia de Memória? Será que somos capazes de tirar algum
ensinamento de tudo isto? Sinceramente, não sei. Mas sei que embora a memória
seja falível, o conhecimento é indispensável. Não para termos “pena” das
vítimas, mas para entendermos os sinais da tragédia nas nossas sociedades
actuais. Por isso, são de saudar as inúmeras iniciativas de escolas, da
Assembleia da República, o flashmob de homossexuais em Lisboa,
lembrando o sofrimento específico deste grupo durante o Holocausto, e tantas
outras. De uma forma ou de outra, estas “comemorações” despertam para a
necessidade de saber e de conhecer. Parafraseando Imre Kertész no seu discurso
de atribuição do prémio Nobel em 2002: “O problema de Auschwitz não é o de
saber se devemos manter a sua memória ou metê-la numa gaveta da História. O
verdadeiro problema de Auschwitz é a sua própria existência e, mesmo com a
melhor vontade do mundo, ou com a pior, nada podemos fazer para mudar isso”.
(O texto completo
pode ser lido aqui)
Numa carta enviada ao
rabino argentino Abraham Skorka, seu amigo, também a propósito deste 27 de Janeiro, o
Papa Francisco recordou a perseguição aos judeus durante a II Guerra Mundial
(1939-1945) como uma “vergonha para a humanidade”. Notícias da carta aqui e aqui.
Um artigo sobre “Judeus e cristãos: crentes de boa memória”, da autoria de Enzo Bianchi, prior da
comunidade monástica de Bose (Itália) pode ser lido também nesta ligação do título.
No Parlamento, decorre amanhã, dia 29 uma sessão evocativa do Dia da Memória, com o seguinte programa:
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