segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Igreja ou museu e a solução para os refugiados; o Papa e os jovens; e ser o maior

Crónicas

O tema dos refugiados atravessa duas das crónicas deste fim-de-semana. No texto de Domingo, no Público, frei Bento Domingues pergunta: Uma Igreja ou um Museu?:

Os cristãos, perante a tragédia de dezenas de refugiados que fogem da morte devido à guerra ou à fome, não podem dizer a estes abandonados: coragem, paciência! … A esperança cristã é combativa, com a tenacidade de quem caminha rumo a uma meta segura. Ao aproximar-se o Jubileu da Misericórdia, o Papa dirige um apelo às paróquias, às comunidades religiosas, aos mosteiros e aos santuários de toda a Europa a expressar o aspecto concreto do Evangelho e a acolher uma família de refugiados, a começar pela minha diocese e pelas paróquias do Vaticano. Dirijo-me aos meus irmãos bispos da Europa, verdadeiros pastores, que acolham este meu apelo. 
(...) Uma Igreja que seja verdadeiramente segundo o Evangelho não pode deixar de ter a forma de uma casa hospitaleira, sempre de portas abertas. As igrejas, as paróquias e as instituições com as portas fechadas devem chamar-se museus.


No sábado, já Anselmo Borges colocara no DN outra pergunta: Refugiados: que solução?:

Ninguém pode ignorar. As imagens são trágicas, de horror: homens, mulheres, crianças, a correr ou encurralados, fugindo da morte e em busca de um sítio para a esperança. E sabe-se que não se pode ficar indiferente e que é preciso agir. Em nome de quê? Em nome da humanidade que a todos une, independentemente de culturas, línguas, religiões diferentes. Em nome de valores fundamentais que definem a Europa: a dignidade, a solidariedade, os direitos humanos. Em nome das raízes cristãs. Merkel disse bem: também porque somos cristãos. E há um investimento demográfico.


Sexta, no CM, Fernando Calado Rodrigues falara sobre O Papa e os jovens, na sequência da ida dos bispos portugueses ao Vaticano:

Os jovens afastam-se pelas mais variadas razões, mas também por não encontrarem pessoas que os ajudem a descobrir a novidade e até a irreverência do Evangelho de Jesus Cristo. “Hoje a nossa proposta de Jesus não convence. Eu penso que, nos guiões preparados para os sucessivos anos de catequese, esteja bem apresentada a figura e a vida de Jesus; talvez mais difícil se torne encontrá-Lo no testemunho de vida do catequista e da comunidade inteira que o envia e sustenta”, disse o Papa aos bispos.
O desafio deixado pelo Papa, não se dirige só aos bispos, aos catequistas, mas a todos os cristãos adultos que se devem esforçar por dar um testemunho que cative e atraia a juventude.


No comentário aos textos da liturgia católica deste domingo, Vítor Gonçalves escreveu na Voz da Verdade sobre Ser o maior:

Ser o último e o mais pequeno não é convite à passividade ou ao complexo do Calimero (o pintaínho preto dos desenhos animados, que se lamentava de ser vítima de injustiça por ser pequenino)! É descobrir a grandeza de cada um pelo que é, e pelo que é chamado a ser e a fazer pelos outros. É despir-se das aparências e libertar-se do desejo de fama. É saber que o seu valor está no que é e não no que tem, e não precisa do que é exterior para “ser inteiro” (como dizia Fernando Pessoa). Assim, na criança, como símbolo desta “pequenez” podemos receber Jesus, “o maior”, porque a sua grandeza não oprime ninguém, antes eleva todos!

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