Sábado, no DN, Anselmo Borges
escrevia a partir da pergunta O Papa Francisco é católico?:
Afinal, o que é ser católico?
Claro, professar o Credo. Mas, antes de mais, ser cristão. Acreditar, não em
dogmas reificados, mas numa pessoa, Jesus Cristo, e no seu Evangelho, notícia
boa e felicitante para todos, pois traz a salvação, o sentido pleno da vida.
Entregar-se confiadamente a Deus, que é Amor. E tentar pôr essa fé em prática,
a favor de todos, começando pelos mais frágeis.
Francisco acaba de dizê-lo de forma
lapidar em Cuba: "Onde há misericórdia, aí está o espírito de Jesus. Onde
há rigidez, estão apenas os seus ministros."
(texto aqui na íntegra)
Domingo, no Público, Bento
Domingues falava de Paul Ricoeur e da sua distinção entre ética e moral, a
propósito d’O Deus da Moda:
Não renego o que escrevi, mas a
realidade actual é outra. A jornalista Aura Miguel perguntou ao Papa Francisco
como estava a viver a crise dos refugiados. A resposta deveria ser o nosso
texto de meditação para não nos satisfazermos com alguns gestos de
solidariedade, deixando o mundo correr na sua loucura para a guerra que se
prepara sob os nossos olhos: “Vemos estes refugiados, esta pobre gente que
escapa da guerra, da fome, mas essa é a ponta do icebergue. Porque debaixo
dele, está a causa; e a causa é um sistema socioeconómico mau e injusto, porque
dentro de um sistema económico, dentro de tudo, dentro do mundo - falando do
problema ecológico-, dentro da sociedade socioeconómica, dentro da política, o
centro tem de ser sempre a pessoa. E o sistema económico dominante, hoje em
dia, descentrou a pessoa, colocando no centro o deus dinheiro, que é o ídolo da
moda. Ou seja, há estatísticas, não me recordo bem (isto não é exacto e posso
equivocar-me), mas 17% da população mundial detém 80% das riquezas”.
Os ídolos da eterna juventude, do
permanente crescimento económico, do dinheiro, do totalitarismo da falsa
comunicação alimentam-se do desejo de todos ao serviço de uma elite.
(texto aqui na íntegra)
No comentário aos textos bíblicos da liturgia católica de domingo
passado, Vítor Gonçalves escrevia, sob o título À luz da vela:
volto ao psiquiatra Pedro Afonso e
a uma experiência que conta no artigo referido: “Tudo começou num dia em que a
electricidade faltou. Nessa noite não houve Internet, televisão, PlayStation.
Pais e filhos passaram o serão em redor de uma vela. Conversaram, contaram
histórias e o tempo passou. A partir desse dia, a família passou a ter uma vez
por semana uma noite sem luz.” A prescrição médica de “uma noite por semana à
luz da vela” pode ser uma provocação, mas, quem sabe, se não encontraríamos a
luz necessária para não cortarmos tantas coisas essenciais, e criarmos outras
tão saudáveis e felizes! Não recebemos todos uma vela no baptismo, que mesmo
com a chama frágil, ainda não se substituiu por nenhum holofote ou lanterna de
led’s mais “baratos e eficazes”?!
(texto aqui na íntegra)
Sexta, no CM, Fernando Calado
Rodrigues escrevia sobre as Igrejas sem povo:
Enquanto em Cuba a fé mantém-se
mesmo sem igrejas, na Europa fecham-se igrejas por falta de fiéis, devido à diminuição
da população e da prática religiosa. No início deste ano o “Wall Street
Journal” abordou a questão do encerramento e venda das igrejas na
Europa. Nesse artigo dizia-se que em Inglaterra fecham cerca de vinte igrejas
anglicanas por ano – e que, nos últimos dez anos, a Igreja Católica na Alemanha
desativou mais de quinhentas. Na Holanda, onde as perspetivas são mais
negativas, prevê-se que sejam encerradas cerca de mil igrejas católicas nos
próximos dez anos, mais setecentas protestantes.
(texto aqui na íntegra)
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A política entra nas igrejas, mas a campanha eleitoral fica à porta
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