quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Para trabalho igual, salário igual? LOL!!

Os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (IV)


Ilustração © Cristina Sampaio

Texto de Fernando Sousa

Diz a Declaração Universal dos Direitos Humanos que todas as pessoas têm direito ao trabalho e a uma remuneração condigna e igual para trabalho igual. É o que vem no artigo 23. Mas a realidade é outra, deprimente e global. 
A confirmar-se o que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) previu, em Janeiro, para o ano que acaba, 2018 não terminará melhor do que o ano anterior quanto a mais empregos e postos de trabalho mais decentes. A taxa de desemprego em 2017 foi de 5,6 por cento, representando isso 192 milhões de pessoas sem qualquer trabalho no mundo. Mas uma coisa já se sabe, dita pela mesma OIT, em Novembro: os salários cresceram mais nos países em desenvolvimento no ano passado, permanecendo embora muito abaixo do nível salarial das nações desenvolvidas. Subiram apenas 0,4 por cento no ano passado nas economias avançadas, mas tiveram uma alta de mais de quatro por cento nos países em desenvolvimento. 
“Parece uma boa notícia, porque todos queremos ver uma convergência no mundo. Mas não podemos exagerar: as desigualdades ainda são muito grandes. Frequentemente, o nível salarial não é suficiente para as pessoas atenderem às suas necessidades básicas”, afirmou o director-geral da organização, Guy Rider, comentando o documento que analisou a realidade do emprego em 136 países. 
As remunerações globais auferidas por homens e mulheres também se mantiveram muito desiguais, afirmou a  OIT, com base em dados de 70 países e de 80 por cento dos trabalhadores do mundo. Apesar de algumas diferenças regionais significativas, eles continuam a ganhar mais 20 por cento do que elas. “Talvez a principal injustiça do mundo do trabalho”, disse Rider. 

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