segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Papa pede que os Direitos Humanos estejam “no coração das políticas”

Texto de Maria Wilton



O Papa Francisco, sábado passado, na redação do Il Messagero
(foto reproduzida daqui)

O Papa Francisco apelou hoje a que “os direitos humanos sejam colocados no coração das políticas, incluindo políticas de desenvolvimento e cooperação – mesmo quando isto significa ir contra a maré”. Numa mensagem alusiva aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, dirigida aos participantes numa conferência sobre o tema, promovida pela Universidade Pontifícia Gregoriana, destacou a “atenção especial que deve ser dada aos membros mais vulneráveis da comunidade” já que, na sociedade contemporânea, se encontram inúmeras contradições que nos levam a perguntar se a declaração das Nações Unidas é “reconhecida, respeitada, protegida e promovida sob qualquer circunstância.”
Sábado passado, 8 de dezembro, o Papa argentino já tinha pedido proteção para os mais frágeis. No dia em que o calendário católico assinala a festa da Imaculada Conceição, o Papa dirigiu-se à figura de Nossa Senhora: “Sabes o que significa trazer vida para o teu colo e sentir indiferença, rejeição e às vezes até desdém. Por isso peço-te que fiques perto das famílias que vivem hoje em Roma e em todo o mundo em situações semelhantes, para que elas não sejam abandonadas.”
Francisco dedicou as suas orações desse dia aos doentes, aos que estão em dificuldades, às famílias e aos padres. Em particular, pediu proteçãpara as mulheres que “carregam vida no seu ventre”: “A ti, uma Mulher consagrada em Deus, confio as mulheres leigas e religiosas. (…) Para elas peço a alegria de ser, como tu, esposas e mães, abundantes em oração, caridade e compaixão.”

Nesse dia, depois da oração aos pés da Imaculada, uma cerimónia tradicional presidida pelos papas, Francisco prestou homenagem à figura de Maria, tanto na Basílica de Santa Maria Maior como diante da imagem de Maria Imaculada, na Praça de Espanha, em Roma. Neste local, a estátua é rodeada de flores e, como é tradição desde 1857, os bombeiros trepam e colocam uma coroa no braço da estátua. 
O Papa Bergoglio aproveitou a proximidade entre a Praça de Espanha e o jornal Il Messageropara fazer uma paragem na redação do jornal. Ao voltar ao Vaticano, e em resposta a um convite de Franca Giansoldati, a “vaticanista” do diário de Roma, Francisco cumprimentou todos os trabalhadores, afirmando: “Sempre com espírito de serviço, explicando as coisas sem exageros e à procura do concreto. Essa é a virtude do jornalista: o facto.”
Com este gesto, Bergoglio tornou-se o primeiro Papa a visitar um jornal não-católico. Durante a visita aos dois andares do emblemático edifício romano, acrescentou que o Il Messageroé o único jornal que lê “antes de ir trabalhar”. E concluiu: “Desejo-lhe o melhor e mais 140 anos.”

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