No Seminário Conciliar de Braga, está patente desde 25 de Janeiro a exposição de Ilda David' sobre as Cartas de São Paulo. É um vulcão, como a própria recolheu da expressão de Teixeira de Pascoaes sobre o Apóstolo dos Gentios. Na semana passada, tive oportunidade de ver no local as pinturas que já apreciara no ateliê da pintora. Distribuídos por dois espaços - o claustro e a igreja -, os quadros de Ilda David' ganham aqui uma dialéctica própria: no claustro, alguns episódios da vida de Paulo, mais directamente relacionados com os Actos dos Apóstolos (na imagem, Paulo em Atenas a fazer o discurso no Areópago); dentro, na igreja, as sete telas maiores que remetem para alguns dos textos das cartas. Estas foram, para mim, uma novidade, já que não as tinha apreciado no ateliê. Obrigatório contemplar, nesta última série, o quadro alusivo ao baptismo e à ressurreição, que nos remete para o dinamismo só possível na "vida nova" a que o apóstolo se refere em Romanos 6, 4. Mas todo o conjunto justifica a ida a Braga (já agora, convém guardar 15 minutos para escutar Eunice Muñoz a ler - ou rezar - o texto do Hino à Caridade, na 1ª Carta aos Coríntios). A exposição está em Braga até 29 de Junho, com o seguinte horário: Terça a Sábado: 10h00-12h30 e 14h30-18h30; Domingos e feriados: 15h00 às 18h30. Proponho ainda regressar ao texto que publiquei a 23 de Janeiro no Público/Ípsilon e que foi reproduzido aqui (mais imagens da exposição podem ser vistas aqui.)
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