Há dimensões essenciais da vida que se penetram melhor em contacto com a natureza. Por exemplo: nestes meses últimos, observar de perto cada arbusto, cada árvore de fruto de galhos nus quase dava pena, tão forte era o contraste com a exuberância estival que a Primavera produz, quando a vida, de verde vestida, se transmuta em frutos, ainda que sempre de cuidados carente. E, no entanto, é preciso esse aparente definhamento, essa visível morte para que a vida acorde e nós a gozemos e celebremos.
Custa tanto, Sílvia, acreditar que esse silêncio, esse escuro dos ramos, vai trazer a exuberância e a plenitude e é ele próprio já exuberância e plenitude. Assim foi quando há dois anos nos despedimos. És tu - presença, anúncio e diafanidade - que nos fazes acreditar. Hoje "vemo-nos como num espelho. Um dia ver-nos-emos face a face" (1Cor 13,12).
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