Quem conhece a dinâmica do voluntariado social, a acção generosa, quase invisível de milhares de cidadãos, sabe que uma grande percentagem de voluntários é gente idosa ou que, em virtude da crise, está agora no outro lado do circuito. Ironias da crise, muitos dos que mais ajudavam, precisam agora de ajuda.
(...) Entre as visíveis iniciativas mais exóticas e mediáticas - algumas usadas para alimentar egos e esconder acções publicitárias - há um trabalho contínuo de muitas instituições e organismos. Um trabalho silencioso, imprescindível, longe dos holofotes televisivos e das luzes de ribalta. Uns e outros são complementares, como é complementar a responsabilidade social das empresas. Mas é perversa a penalização dos menos visíveis.
Algumas superfícies comerciais que abriram as portas às preciosas campanhas do Banco Alimentar, que promovem a compra de bens alimentares para distribuir pelas instituições de solidariedade, fecharam as portas ao peditório da Caritas, que recolhe dinheiro para distribuir por quem mais precisa - das vítimas dos incêndios e da crise, às vítimas do tsunami da Ásia ou das cheias em Moçambique. Os voluntários da Caritas foram até impedidos de fazer o peditório nos parques de estacionamento. Consideram estes empresários que se trata de uma prática abusiva de solidariedade?
Excerto de artigo de Opinião SIC Online que pode ler na íntegra aqui
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