Na Galeria 235, na Rua da Escola Politécnica, nº 235 (Lisboa), está patente desde quinta-feira e até ao próximo sábado, 4 de Abril (das 15h às 20h) uma exposição de desenhos de Catarina Castel-Branco. São rostos, uns mais nítidos, outros desfigurados, que nos falam do feminino e da violência que tantas vezes paira sobre ele.
Como escreve Luísa Costa Gomes no catálogo da exposição, "duas ideias fortes na origem desta série de desenhos e serigrafias: a primeira vem da universalidade dos traços fisionómicos h humano para a procura da singularidade de uma cara única; a segunda procura mostrar a violência desumana contra as mulheres".
Há olhares intensos nesta exposição, que é também um novo percurso aberto no trajecto artístico da Catarina.
Ainda Luísa Costa Gomes a contar: "A Catarina diz que, ao desenhar, teve a nítida sensação de estar a fabricar a pele das suas criaturas e 'houve caras que me assustaram de tanto olharem para mim'. De facto, o olhar a direito é que mais nos convoca e intimida. Sobretudo como aqui, em alguns retratos, quando esse olhar parece vir a direito mas não se desvia afinal para o seu próprio interior. 'Estas pessoas estão mesmo em silêncio' diz a Catarina 'aquele silêncio fundo das pessoas que não podem fazer nada. Todas elas têm uma expressão de dignidade triste'."
São silêncios e rostos intensos que nos interrogam.
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