Exposição
O
frontal de altar é esmagador, na sua beleza e na sua magnificência. A
paramentaria é um acervo excepcional, pela quantidade e qualidade superlativa
das espécies; as custódias, algumas das quais nunca vistas antes em contexto de
museu e exposição, são um conjunto extraordinário de brilho e minúcia. Essas
peças são exemplos de uma encomenda prodigiosa, que foi completamente executada
em Roma e transportada para Lisboa em três naus: a Capela de São João Baptista,
encomendada a Luigi Vanvitelli e Nicola Salvi (o mesmo da Fonte de Trevi, em
Roma) e a vários outros artistas da cúria papal.
A
Capela formava, com a Patriarcal de Lisboa, um conjunto edificado sob a
direcção de João Frederico Ludovice, arquitecto e ourives do rei D. João V. Um
dos comentários da época, citados por António Filipe Pimentel na apresentação
do catálogo, dizia que a Capela de São João Baptista era “talvez a capela mais
rica jamais construída”. Tendo sobrevivido milagrosamente ao grande terramoto
de 1755, nela se incluía, além do altar e da iconografia, o tesouro das alfaias
de culto a ela adstrito, bem como de paramentos e ourivesaria. Foi, aliás, para
guardar esse tesouro que se construiu, em 1905, o Museu de São Roque.
É
o resultado e várias das peças dessa encomenda – que pretendia também mostrar
às potências europeias o poder do Portugal das descobertas – que podemos ver,
até final de Setembro, no Museu de São Roque. Num segundo polo da exposição, no
Museu Nacional de Arte Antiga, evoca-se a riqueza histórica e artística da
Patriarcal, que não sobreviveu ao terramoto de 1755. Uma exposição prodigiosa,
a não perder.
A Encomenda Prodigiosa
até 29 de Setembro
(texto publicado na revista Mensageiro de Santo António, Setembro de 2013)
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