A Capella Duriensis foi criada em 2010, mas
este primeiro volume da Música Sacra de
Portugal é já um sólido cartão de apresentação. Dedicado ao rito
bracarense, este disco é o primeiro de uma série que prevê divulgar também a
música sacra portuguesa do Renascimento – e que inclui autores como Pedro de
Cristo, Damião de Góis, Manuel Cardoso ou Duarte Lobo.
Neste primeiro disco, podemos escutar obras
de Pero de Gamboa, Miguel da Fonseca e Lourenço Ribeiro, além de peças do Gradual de Braga, manuscrito que recolhe
composições do século XI, guardado no arquivo distrital de Braga. O Gradual
testemunha a antiguidade do rito bracarense e a sua importância litúrgica e
musical, reconhecida em 1570, quando o Papa Pio V unificou os diferentes ritos europeus
no rito romano, através da bula Quo
primum tempore. Na ocasião, o rito bracarense foi um dos poucos (a par, por
exemplo, do rito ambrosiano, de Milão) a ser reconhecidos como mais antigos e,
por isso, passíveis de manterem a sua autonomia.
A
Missa pro defunctis, de Lourenço
Ribeiro, as peças para as festas de São Pedro de Rates e a Missa Quinque Plagarum ou ainda os motetos de Pero de Gamboa e as
obras do Liber Introitus de Miguel da
Fonseca são belos exemplos de uma polifonia que nos fala, também, de uma
pluralidade e polifonia litúrgica que apenas confirma a riqueza da diversidade.
(A audição do disco pode ser acompanhada da leitura do livro Pontifical de Luxo Brácaro-Romano – Ms. 870 do
Arquivo Distrital de Braga [1485-1516], de Joaquim Félix de Carvalho, ed. Pedra Angular). Para mais informação sobre o disco e a Capella Duriensis, ver aqui.
Intérpretes: Capella Duriensis
Direcção: Jonathan Ayerst
(Texto publicado na revista Mensageiro de Santo António, Setembro 2013)
(Texto publicado na revista Mensageiro de Santo António, Setembro 2013)
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